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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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exclui qualquer outro valor que não o da eficácia da ação e<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra o valor da verda<strong>de</strong> no discurso, como<br />

<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra o valor da palavra. (Souza, 2001, p. 89).<br />

No Brasil as Humanida<strong>de</strong>s estão pouco representadas nos currículos<br />

médicos, com exceção das disciplinas <strong>de</strong> Ética e Bioética (Troncon et al.,<br />

2003). Apesar <strong>do</strong>s crescentes esforços dispensa<strong>do</strong>s para a inclusão <strong>de</strong><br />

disciplinas humanísticas nas reformulações curriculares <strong>de</strong> escolas médicas,<br />

Pereira (2005) afirma em sua análise que autores como Troncon (2003),<br />

Hook (1996) e Portugal-Alvarez (1991) atestam que lhes faltam as horas, os<br />

recursos e o suporte <strong>do</strong>cente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para competir com as disciplinas<br />

científicas. No dizer <strong>de</strong> Pereira (2005, p.21): “o corpo <strong>do</strong>cente e por<br />

extensão, o discente, ten<strong>de</strong>m a conceber as humanida<strong>de</strong>s como supérfluas”.<br />

Faz-se importante uma revisão da pedagogia das Humanida<strong>de</strong>s<br />

Médicas, tanto em termos <strong>de</strong> suas estratégias <strong>de</strong> implementação curricular,<br />

quanto em termos <strong>de</strong> sua estrutura (Pereira, 2005). Neste último aspecto é<br />

preciso tirar <strong>do</strong> papel os objetivos que caracterizam seis traços em comum<br />

das disciplinas que aten<strong>de</strong>m pela <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s Médicas.<br />

Pereira (2005, p.16-17) citan<strong>do</strong> Kopelman,1993, 1998, 5 <strong>de</strong>screve esses<br />

traços:<br />

Têm compromisso com conjuntos bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

problemas sobre a condição humana (morte, morrer,<br />

confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>, aborto, personalida<strong>de</strong>, alocação <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s<br />

a serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, etc); fazem uso <strong>de</strong> estratégias<br />

interdisciplinares para abordar esses conjuntos <strong>de</strong> problemas;<br />

ancoram esses problemas na práxis das profissões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

através <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> casos clínicos e raciocínio prático; utilizam<br />

5 Kopelman LD. The Medical humanities programa t East Carolina University. NC Méd J.<br />

1993; 54 (8): 409-13.

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