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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> humanização, bastante enfatiza<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> eles foram convida<strong>do</strong>s a<br />

falar sobre o tipo <strong>de</strong> médico que <strong>de</strong>sejam ser. Po<strong>de</strong>mos dizer que as vozes<br />

<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s ecoam um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> resolver o problema, <strong>de</strong> salvar,<br />

tratar, mas um salvar sen<strong>do</strong> humano, um curar cuidan<strong>do</strong>.<br />

No dizer <strong>de</strong> Pereira (2005, p.1):<br />

72<br />

a medicina e as <strong>de</strong>mais profissões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm um status<br />

epistemológico dual, na medida em que são duas as bases<br />

<strong>de</strong> conhecimento que informam sua prática. O conhecimento<br />

técnico e o conhecimento humanístico (ou, posto <strong>de</strong> maneira<br />

mais abrangente, o que hoje se enten<strong>de</strong> por Ciência e<br />

Humanismo) fazem ambos parte <strong>do</strong> rol <strong>de</strong> conhecimentos pra<br />

a práxis médica.<br />

Martins (2003) explica que a ciência médica é científica, mas apenas<br />

no senti<strong>do</strong> inócuo <strong>de</strong> que se utiliza <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesquisa científica,<br />

seguin<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s atualmente váli<strong>do</strong>s <strong>de</strong> redução formal.<br />

Nesses termos é preciso admitir que a medicina é científica, mas jamais será<br />

somente científica, pois que é também terapêutica.<br />

Ao aplicar seus conhecimentos científicos aos fenômenos humanos –<br />

portanto, a situações singulares, recheadas <strong>de</strong> idiossincrasias, valores,<br />

interconexões e experiências não generalizáveis –, não po<strong>de</strong> se entendida<br />

com um ciência pura (Schraiber, 1993, 1997; Pereira, 2005). É constituída<br />

por um componente humanístico que constitui a arte da medicina,<br />

orientan<strong>do</strong>-a na aplicação da ciência ao fenômeno humano (Parkin, 1987).<br />

Ocorre que esta relação estreita entre conhecimentos científicos e<br />

humanísticos vem sofren<strong>do</strong>, na história da medicina, uma supremacia da<br />

ciência, especialmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVIII, isto é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a configuração da

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