A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

Dar voz aos pacientes e profissionais, reconhecer suas demandas
subjetivas, emocionais, significa retirá-los de um modelo teórico-prático que,
ao advogar a abstração da doença, promove o exercício de uma
tecnociência, tão-somente. Trata-se da possibilidade de resgate da
rehumanização dessa relação, ampliação e reencontro de horizontes no seu
fazer médico.
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A expressão conclusiva “Sem comunicação, não há humanização”
(Brasil/MS, 2000) encontra eco nos depoimentos de nossos entrevistados.
Dando voz aos estudantes e residentes, verificamos que “ter que comunicar
a notícia ruim”, por ser um direito do paciente e uma atitude humana
desejada e valorizada por eles, articula-se perfeitamente com o que eles
consideram correto no enfrentamento do processo de morte de um paciente,
principalmente para aqueles papéis em que a dimensão humana é condição
imprescindível para sua eficácia. Sem excluir tal dimensão das concepções
1 (evitar a morte) e 5 (seguir a rotina), devemos salientar que o acento
quanto à importância da qualidade da comunicação encontra-se explicitado
nas outras concepções (2, 3 e 4)
A Concepção 2 (Qualidade de morte) abrange o conforto físico, o
aspecto conforto emocional, compreendido como dependente de
disposições humanísticas e a comunicação qualificada, que por sua vez foi
explicitada pelos depoentes como uma comunicação clara e transparente.
Ou seja, a natureza da comunicação define o seu aspecto humanizante.
Em outras palavras, a comunicação clara se refere a um comunicar
que possibilite um fácil entendimento, distante dos jargões técnicos, que são