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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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significa lidar com a perda anunciada <strong>de</strong> seu paciente, acolhê-la, e se<br />

possível compartilhá-la para alcançar o outro estágio que o permitirá facilitar<br />

o alcance da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morte <strong>de</strong> seu paciente.<br />

Quinto estágio – a aceitação. Nesse momento, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantos<br />

sentimentos fortes, o paciente começa a se <strong>de</strong>sligar <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> exterior e<br />

geralmente, após tomar providências (quan<strong>do</strong> possível), ele busca a<br />

presença <strong>de</strong> entes queri<strong>do</strong>s enquanto espera a morte. Para os médicos,<br />

quan<strong>do</strong> eles alcançam esse estágio é possível concretizar o <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> “estar<br />

junto até o fim” e seguir a rotina <strong>de</strong>pois, apesar da tristeza, da perda. Como<br />

disse um aluno: “A tristeza faz parte, é importante que faça, como também<br />

existem os momentos alegres com esses pacientes, mas em toda <strong>de</strong>spedida<br />

há alguma <strong>do</strong>r, se houve algum vínculo” (Felipe - 4ºano/8º perío<strong>do</strong>).<br />

Portanto, estaríamos diante <strong>do</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> um “acostumar-se” que não<br />

evita a proximida<strong>de</strong> por me<strong>do</strong> <strong>de</strong> sucumbir diante <strong>do</strong> sofrer.<br />

Estamos diante <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> em que o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

ciência médica e <strong>do</strong> seu instrumental tecnológico cresce em uma velocida<strong>de</strong><br />

e alcances inimagináveis, com um também crescente adiantamento <strong>do</strong><br />

momento da morte, sem se preocupar com proporções semelhantes à<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> sobrevivente, o senti<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

morrer, nem com o profissional ou o aprendiz que também a<strong>do</strong>ece por não<br />

saber o que fazer com a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> outro, que não é sua, mas lhe dói.<br />

Milan et al. (1999) e Nogueira-Martins (1994) advertem em suas<br />

pesquisas quanto ao alto índice <strong>de</strong> alcoolistas entre médicos, o uso<br />

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exacerba<strong>do</strong> <strong>de</strong> psicotrópicos para anestesiar suas <strong>do</strong>res. Da mesma forma,

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