A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...
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mesmo, e isso vai sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> curso, o<br />
distanciamento <strong>do</strong>s pacientes e até <strong>do</strong>s outros que não<br />
<strong>do</strong>minam o conhecimento que você <strong>do</strong>mina.” [Fragmento<br />
<strong>de</strong> entrevista – Telma - 3ºano/6º perío<strong>do</strong>].<br />
“Pra mim o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> médico é aquele que faz o que é<br />
possível pra ajudar o paciente, aquele que o procura com<br />
alguma enfermida<strong>de</strong>. Antes eu tinha uma visão mais<br />
romântica disso, achava que to<strong>do</strong> médico era bastante<br />
ético, compartilhava essa visão mais humanista, mas<br />
hoje, aqui mesmo na faculda<strong>de</strong>, com alguns professores<br />
a gente vê que a coisa não é bem assim, é uma pena!<br />
Mas eu quero continuar com o mo<strong>de</strong>lo que eu acho<br />
certo.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Tibério - 3ºano/5º<br />
perío<strong>do</strong>].<br />
“Eu digo se a gente não tiver atento, se cada um não tiver<br />
atento consigo mesmo, a gente vai cada vez mais se<br />
distanciar <strong>de</strong>sse la<strong>do</strong> humano, que tem na nossa profissão,<br />
e é muito importante.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Felipe -<br />
4ºano/8º perío<strong>do</strong>].<br />
“O curso não prepara, alguns professores, sim. Aqueles<br />
que não pensam apenas em técnicas, mas que são também<br />
bons exemplos <strong>de</strong> médicos. Quem sabe com o currículo<br />
novo, mas tem que mudar a mentalida<strong>de</strong> das pessoas”.<br />
[Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Sofia - 6ºano/12º perío<strong>do</strong>].<br />
“Não é to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que pensa nesse la<strong>do</strong> humano, a maioria<br />
ta preocupada em ensinar e os alunos em apren<strong>de</strong>r as<br />
técnicas, e é importante mesmo é o que cura, né? Claro que<br />
é preciso os <strong>do</strong>is, mas tem que saber o mun<strong>do</strong> da técnica.<br />
I<strong>de</strong>al é juntar a medicina com esse la<strong>do</strong> humano, o<br />
currículo novo ta tentan<strong>do</strong>. Mas ainda é muito pregação e<br />
pouca prática.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Carmen - 5ºano/<br />
9º perío<strong>do</strong>].<br />
A valorização <strong>do</strong> conhecimento técnico é compartilhada por to<strong>do</strong>s,<br />
mas o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> uma medicina humanizada parece não encontrar no<br />
processo ensino-aprendizagem uma prática hegemônica.<br />
Ser um bom médico compreendi<strong>do</strong> como bom técnico e humano é a<br />
expectativa <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os alunos investiga<strong>do</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong><br />
perío<strong>do</strong>. No entanto, percebe-se que a i<strong>de</strong>alização quanto à realização<br />
<strong>de</strong>sses <strong>de</strong>sejos encontra suas tensões ao se <strong>de</strong>parar com as