12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“contar a verda<strong>de</strong>” <strong>do</strong> diagnóstico para a família, os que “aceitam”<br />

compreen<strong>de</strong>m a gravida<strong>de</strong> por meio <strong>do</strong> efeito perlocucionário <strong>de</strong> um<br />

discurso centra<strong>do</strong> na gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> a<strong>do</strong>ecimento.<br />

189<br />

Fato é que o paciente po<strong>de</strong> até querer morrer, a família po<strong>de</strong> não<br />

querer saber, mas para que os médicos compreendam se é essa a verda<strong>de</strong>,<br />

ou se estão se distancian<strong>do</strong> <strong>de</strong>les a partir <strong>de</strong> suas preconcepções e <strong>do</strong><br />

me<strong>do</strong> <strong>do</strong> envolvimento, é necessário que se permitam iniciar um processo<br />

<strong>de</strong> escuta, <strong>de</strong> ouvir perguntas, fornecer respostas e compartilhar<br />

sentimentos. Seria necessário <strong>de</strong>ixar-se ser interpela<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>r <strong>do</strong> outro<br />

para compreen<strong>de</strong>r sua <strong>de</strong>manda.<br />

Nessa perspectiva, Gadamer (2002, p. 80), abordan<strong>do</strong> a<br />

compreensão, ensina:<br />

O primeiro elemento com que se inicia a compreensão é o<br />

fato <strong>de</strong> que algo nos interpela. É a primeira <strong>de</strong> todas as<br />

condições hermenêuticas. Agora vem o que se exige para<br />

isso, uma suspensão fundamental <strong>de</strong> nossos preconceitos.<br />

Com efeito, nossos <strong>de</strong>poentes constroem “cenas” com mais <strong>do</strong>res<br />

físicas e menos <strong>do</strong>res emocionais, pois <strong>de</strong>ssa forma seria mais fácil para<br />

eles lidarem com o paciente à morte, já que o gran<strong>de</strong> me<strong>do</strong> é não saber lidar<br />

com as reações emocionais <strong>do</strong> paciente. A comunicação clara e<br />

transparente sem dúvida estaria mais presente nas cenas reais se os<br />

pacientes sempre tivessem, como <strong>de</strong>screve Áries (1977, p. 177), “a<br />

elegância e a coragem <strong>de</strong> serem discretos”, assim como seus familiares.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!