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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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não teve coragem <strong>de</strong> entrar. A mulher é a segunda a<br />

<strong>de</strong>spedir-se <strong>do</strong> paciente. To<strong>do</strong>s estão bastante emociona<strong>do</strong>s,<br />

tentam conter a emoção para <strong>de</strong>monstrar ao parente tu<strong>do</strong><br />

que sentem numa sincera <strong>de</strong>spedida, talvez um pouco <strong>de</strong><br />

aparente frieza <strong>do</strong> médico que sempre está ao la<strong>do</strong>, a<br />

pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> paciente, tenha-os ajuda<strong>do</strong>. O filho é o último a<br />

sair da sala. O paciente pe<strong>de</strong> que sua irmã fique ao seu la<strong>do</strong><br />

para que ele possa ir em paz. A irmã aten<strong>de</strong> e pe<strong>de</strong> o<br />

consentimento <strong>do</strong> médico. Este aceita e acompanha o casal<br />

<strong>de</strong> irmãos neste triste momento. . O paciente começa a<br />

cantar uma ladainha com a irmã. O médico acompanha tu<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> frieza e compaixão com os <strong>do</strong>is, até que o<br />

paciente parece entrar num sono profun<strong>do</strong>. O médico<br />

passa a examinar o paciente e avisa a irmã que tu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve<br />

ocorrer agora, ele sente a fraca pulsação que cada vez<br />

diminui mais e narra to<strong>do</strong> o acontecimento, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

pedi<strong>do</strong> da irmã, até que o paciente morre e o médico anuncia<br />

o óbito.” .[ficar até o fim] [Diogo - 2º ano/3º perío<strong>do</strong>]<br />

A aluna da primeira cena <strong>de</strong>clara não saber como confortar, mas<br />

procura manter uma “atitu<strong>de</strong> atenciosa”. Revela a preocupação em<br />

<strong>de</strong>monstrar equilíbrio diante <strong>do</strong> sofrimento, acreditan<strong>do</strong> fazê-lo ao dizer que,<br />

embora triste, não se abateu. O aluno da segunda cena acredita que o<br />

médico po<strong>de</strong> confortar com sua presença, ao mencionar o termo “aparente<br />

frieza”, reportan<strong>do</strong>-se ao <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> equilíbrio emocional. Ele explica durante<br />

o <strong>de</strong>bate: “Eu quero dizer que o médico não é duro, frio, ele sente, mas tem<br />

que ter controle, é uma aparente frieza, por isso.” Uma <strong>de</strong>monstração da<br />

preocupação <strong>do</strong>s estudantes em não construírem uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

eminentemente técnica, responsável muitas vezes por atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> frieza<br />

como uma <strong>de</strong>fesa diante <strong>do</strong> sofrimento e morte <strong>de</strong> um paciente.<br />

Na mesma direção, seguem as narrativas <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> terceiro ano.<br />

Eles <strong>de</strong>screvem com mais <strong>de</strong>talhes o quadro da <strong>do</strong>ença, incluem a<br />

preocupação com o conforto físico (alívio <strong>de</strong> <strong>do</strong>res e sedação) e acentuam a<br />

comunicação qualificada com a família, conforme o exemplo que tomamos:

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