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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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estudante, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o cadáver ao primeiro paciente à morte. “Condição” para<br />

que ele consiga tornar-se médico, mediante discursos coercitivos.<br />

O estudante transita entre essa conformação e o horizonte acena<strong>do</strong><br />

pela proposta <strong>de</strong> humanização da assistência e re-humanização da morte<br />

que vai <strong>de</strong> encontro aos i<strong>de</strong>ais almeja<strong>do</strong>s por eles.<br />

Nessa direção <strong>de</strong>sponta a proposição <strong>do</strong> “ter que comunicar a notícia<br />

ruim”. No entanto eles não apren<strong>de</strong>m como se envolver com equilíbrio, como<br />

vão conseguir conversar com seu paciente sobre sofrimento e morte? Como<br />

mudar a direção <strong>do</strong> seu olhar, da sua prática? Eles sabem que não ser<br />

toca<strong>do</strong> pelo outro e sua <strong>do</strong>r não será possível o tempo to<strong>do</strong>, <strong>de</strong>scobrem isso<br />

nas interações com os pacientes, e reclamam por práticas , professores e<br />

política <strong>de</strong> educação que os auxiliem, que preparem eles e seus educa<strong>do</strong>res<br />

a se envolverem e saberem comunicar sobre a morte, pois é fato, seus<br />

pacientes também morrem.<br />

249<br />

Em outras palavras, é ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio emocional e a<br />

aquisição <strong>de</strong> uma competência comunicativa que eles se remetem, <strong>do</strong>mínios<br />

estes <strong>de</strong> incorporação prevista nas reformas curriculares e pedagógicas em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento no país, embora com uma evi<strong>de</strong>nte distância entre<br />

intenção e gesto. As verda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s discursos se <strong>de</strong>param com para<strong>do</strong>xos na<br />

prática. Suas narrativas ilustram uma vivência em que ambigüida<strong>de</strong> é a<br />

tônica - precisam e querem ser “suficientemente frios” e “suficientemente<br />

humanos” no seu saber-fazer.<br />

O reconhecimento da dimensão <strong>do</strong> sujeito em cada paciente e em si<br />

mesmos, é condição imprescindível para um encontro clínico humaniza<strong>do</strong> no

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