A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...
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começar a fazer parte da vivência <strong>do</strong> estudante ao longo <strong>do</strong><br />
curso” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Tibério - 3º ano/ 5º<br />
perío<strong>do</strong>]<br />
“Introduzir esse tema mais em cada disciplina, a morte né,<br />
em cada disciplina po<strong>de</strong>ria ter a morte <strong>do</strong> paciente<br />
cardiopata.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Felipe - 4º ano/ 8º<br />
perío<strong>do</strong>]<br />
“Tem que primeiro falar sobre a morte, que não se fala, e<br />
assim, tentar realmente fazer com que fosse uma coisa<br />
durante o curso inteiro e não só uma coisa pontual, que<br />
fosse em etapas, ou pelo menos <strong>de</strong> mês em mês, eu não sei<br />
que forma se iria abordar isso mas que fosse uma coisa mais<br />
seguida, pra gente também ter esse segmento pra gente.<br />
Como a gente teve uma pequena experiência em psicologia<br />
médica que a gente teve aula só <strong>de</strong> conversar com o<br />
paciente, que a gente tivesse isso no dia-a-dia. É uma coisa<br />
muito complicada <strong>de</strong> se sugerir e até complicada <strong>de</strong> montar a<br />
estrutura disso, mas eu acho que <strong>de</strong>veria ser pensa<strong>do</strong>”.<br />
[Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Simone - 6º ano/12º perío<strong>do</strong>]<br />
Falar sobre a morte durante o curso, fazer parte da agenda<br />
acadêmica é o solicita<strong>do</strong>. Alguns pesquisa<strong>do</strong>res vêm advogan<strong>do</strong> que a<br />
educação formal sobre a morte e o morrer po<strong>de</strong> diminuir a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tratar <strong>do</strong> assunto com pacientes terminais (Barton, 1992; Rappaport, 1983;<br />
Kóvacs, 1992, 2003). No entanto, poucas escolas oferecem disciplinas que<br />
tratem <strong>de</strong>sse assunto (Zaidhaft, 1990; Vianna e Piccelli, 1998; Eizirik, 2000;<br />
Kóvacs, 2003), e quan<strong>do</strong> o fazem geralmente é na disciplina <strong>de</strong> Oncologia<br />
ou Psicologia Médica, como cita<strong>do</strong> pelos entrevista<strong>do</strong>s.<br />
Apesar <strong>de</strong> crescentes iniciativas a esse respeito, Eizirik (2000, p. 54)<br />
cita da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s por Foley 10 , estiman<strong>do</strong> que apenas cinco das 126<br />
faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medicina <strong>do</strong>s EUA possuem um curso específico volta<strong>do</strong> ao<br />
10 Foley K. Competent care for the dying instead of phisician-assisted suici<strong>de</strong>. N Engl J Med<br />
1997; 336.