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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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Vasconcelos (2002) <strong>de</strong> pressupostos epistemológicos da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>.<br />

Para essa autora, na simplicida<strong>de</strong> surge a crença <strong>de</strong> que, separan<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong> complexo em partes, encontramos elementos simples, em que é<br />

preciso separar as partes para enten<strong>de</strong>r o to<strong>do</strong>. Daí <strong>de</strong>corre a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

análise e busca <strong>de</strong> relações causais lineares. A estabilida<strong>de</strong> fala da crença<br />

<strong>de</strong> que o mun<strong>do</strong> é estável, que o mun<strong>do</strong> já o é. Liga-se a essa idéia a crença<br />

na <strong>de</strong>terminação (como a conseqüente previsibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fenômenos). Na<br />

objetivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>-se que é possível conhecer o mun<strong>do</strong> como ele é na<br />

realida<strong>de</strong>, somada sempre à exigência da objetivida<strong>de</strong> como critério <strong>de</strong><br />

cientificida<strong>de</strong>, exigin<strong>do</strong> colocar entre parênteses a subjetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cientista,<br />

ou seja, estabelecer o distanciamento.<br />

Assim, vamos ter a máxima da pureza da razão e, a partir <strong>de</strong><br />

Descartes, sob a égi<strong>de</strong> da máquina, o mun<strong>do</strong> natural e humano passa a ser<br />

espia<strong>do</strong>. A ciência é a teologia da época; o relógio é a gran<strong>de</strong> metáfora <strong>do</strong><br />

Universo; o Positivismo, o guia necessário. A expulsão da subjetivida<strong>de</strong> é a<br />

base <strong>de</strong>ssa conquista (Silva, 2004).<br />

Luz (1988) aponta que a medicina apenas exprime e ilustra, com<br />

radicalida<strong>de</strong>, um processo <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> amplo que atingiu o Oci<strong>de</strong>nte,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o classicismo grego, mais crescentemente com o capitalismo<br />

mo<strong>de</strong>rno.<br />

Ao utilizar a categoria Racionalida<strong>de</strong> Médica, estamos acolhen<strong>do</strong> a<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Luz (1988), que advoga tratar-se <strong>de</strong> um construto lógico e<br />

empiricamente estrutura<strong>do</strong> em presença <strong>de</strong> cinco dimensões fundamentais<br />

(morfologia, dinâmica vital, <strong>do</strong>utrina médica, sistema <strong>de</strong> diagnose e sistema<br />

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