12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

coisa que ele sempre teve vonta<strong>de</strong>...” [Fragmento <strong>de</strong><br />

entrevista – Simone - 6º ano/12ºperío<strong>do</strong>].<br />

97<br />

“Estou no hospital. Minha paciente tem câncer há muito<br />

tempo. Já fez vários tratamentos, mas infelizmente está em<br />

fase terminal. Ela é casada, mãe <strong>de</strong> <strong>do</strong>is filhos e tem um<br />

neto. To<strong>do</strong>s eles estão no hospital. Estou triste pela paciente,<br />

pela família. Não me sinto tanto <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> problema, mas me<br />

comovo com o seu sofrimento e o <strong>de</strong> sua família. Na frente<br />

<strong>de</strong>les mantenho a calma e procuro ser o mais atenciosa<br />

possível. Quero confortá-los, mas não sei como fazer<br />

isso. “ [Fragmento <strong>de</strong> “cena”- Patrícia - 1ºano/1º perío<strong>do</strong>].<br />

“trazer conforto, tirar a <strong>do</strong>r, dar atenção na medida <strong>do</strong><br />

possível que é o médico não tem tanto tempo assim pra<br />

ficar dan<strong>do</strong>, mas para que ele perceba que você sabe <strong>do</strong><br />

caso <strong>de</strong>le, que tá fazen<strong>do</strong> o melhor, que tem médico que<br />

passa tão rápi<strong>do</strong> que o paciente fica ali pensan<strong>do</strong> que ele não<br />

tá saben<strong>do</strong> direito o que ele tá sentin<strong>do</strong>, como será que ele tá<br />

me medican<strong>do</strong> direito, será que ele sabe? As vezes o<br />

paciente até piora <strong>de</strong> tanta preocupação.Tirar as dúvidas<br />

<strong>de</strong>le, numa linguagem clara, <strong>de</strong>ixar o paciente consciente<br />

que você tá <strong>de</strong> frente com isso, conscientizar a família<br />

também, acho que isso melhora muito esse processo<br />

assim, né.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Clara - 5º ano / 10º<br />

perío<strong>do</strong>].<br />

A fala da aluna <strong>do</strong> primeiro ano tem ressonância entre os primeiros<br />

anos <strong>do</strong> curso (até o 3º ano). Eles <strong>de</strong>monstram gran<strong>de</strong> preocupação com o<br />

conforto físico (em to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>poimentos seleciona<strong>do</strong>s para o item anterior),<br />

mas junto ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> confortar emocionalmente, embora não reconheçam<br />

os instrumentos para isso. Em suas falas afirmam que esperam que a<br />

formação acadêmica os prepare, e exemplo disso é a seguinte fala:<br />

“eu acho que o curso vai me preparar para isso, para saber<br />

lidar com o paciente que está morren<strong>do</strong>, mas saber lidar <strong>de</strong><br />

uma forma humana. O currículo novo, acho que pensa nisso.<br />

Já se fala muito em humanização” [Fragmento e entrevista –<br />

Diogo - 2º ano/3º perío<strong>do</strong>].

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!