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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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sua célebre e original afirmação no clássico Ser e Tempo (1995): “a<br />

essência <strong>do</strong> homem resi<strong>de</strong> na sua existência”. O que há <strong>de</strong> célebre e <strong>de</strong><br />

original nessa afirmação? Justamente o fato <strong>de</strong> juntar, pela primeira vez,<br />

duas categorias, que em toda a tradição <strong>do</strong> pensamento metafísico, nunca<br />

foram associadas (Michelazzo 1999).<br />

Para Hei<strong>de</strong>gger, há no homem uma relação <strong>de</strong> comum-pertinência<br />

entre essas categorias.<br />

A essência-existência <strong>de</strong>sse ente homem, ele <strong>de</strong>nominou <strong>de</strong> “Dasein”<br />

– ser-aí. Ente este que possui a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> questionar, <strong>de</strong> interrogar,<br />

sobre o seu próprio ser, e tem como tarefa inexorável, a <strong>de</strong> “ter que ser”, <strong>de</strong><br />

cuidar <strong>do</strong> seu ser, <strong>de</strong> tornar-se, <strong>de</strong> construir–se no mun<strong>do</strong>, com os outros<br />

(Corrêa e Vale, 2002).<br />

A cada instante, o ser-aí tem que assumir o próprio ser como seu.<br />

Portanto, o homem enquanto existente é, fundamentalmente, po<strong>de</strong>r-ser,<br />

projeto.<br />

É <strong>do</strong> âmbito da existência, <strong>do</strong> ser <strong>do</strong>s homens no mun<strong>do</strong>, que parte a<br />

investigação fenomenológica aqui tratada: qualquer investigação se constitui<br />

por interrogar pelo ser <strong>de</strong> algo. O que se compreen<strong>de</strong> por ser é aquilo que<br />

<strong>de</strong>termina a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>, ou seja, a estrutura da interrogação. Para<br />

a fenomenologia, a questão <strong>do</strong> ser extrapola o âmbito conceitual,<br />

apresentan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> genuíno no âmbito da existência, ou seja, o ser<br />

<strong>de</strong> tu<strong>do</strong> que há resi<strong>de</strong> no estar sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s homens no mun<strong>do</strong> e não nas<br />

coisas nelas mesmas, como concebe o pensar metafísico (Critelli, 1996).<br />

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