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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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com jeito. Como apren<strong>de</strong>r esse jeito ainda não sei não<br />

,po<strong>de</strong> ser que mais na frente ensinem. Agora sobre ficar<br />

junto <strong>de</strong>le e da família ,que eu também consi<strong>de</strong>ro muito, se<br />

fala menos.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista - Diogo - 2º ano/<br />

3ºperío<strong>do</strong>]<br />

“Eu acho que a gente <strong>de</strong>ve também ser honesto com ele,<br />

principalmente quan<strong>do</strong> você trata <strong>de</strong> <strong>do</strong>entes que tem o<br />

diagnóstico reserva<strong>do</strong> né, acho que é uma parte bastante<br />

<strong>de</strong>licada, saber o que ele espera ou pelo menos da <strong>do</strong>ença, a<br />

gente vê muito no dia-a-dia, às vezes o paciente tem uma<br />

<strong>do</strong>ença, neoplasma, prognóstico ruim e o paciente não tá<br />

saben<strong>do</strong> <strong>de</strong> nada, eu acho que isso é muito grave, <strong>de</strong>ve<br />

sempre tratar com honestida<strong>de</strong> o paciente e <strong>de</strong>ixá-lo ciente<br />

mais ou menos <strong>do</strong> histórico que você tem em relação a ele<br />

né, o que é que você preten<strong>de</strong>, porque que tá fazen<strong>do</strong> aquilo,<br />

o que é que você pensa,se você quer fazer uma medicina<br />

humana tem que levar em conta o que o paciente<br />

quer,pensa, tem que conversar com ele.Mas a formação<br />

<strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar, pelo menos nisso não temos um bom<br />

suporte,no geral acho que tem mas com pacientes terminais<br />

só <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Rafael –<br />

resi<strong>de</strong>nte]<br />

“dizer sobre o prognóstico reserva<strong>do</strong>, dar uma notícia ruim,<br />

faz parte <strong>do</strong> dia-a-dia <strong>do</strong> médico, vai acontecer em alguma<br />

hora, e ele tem que dizer, é direito <strong>do</strong> paciente saber, o<br />

paciente confia em você, você não <strong>de</strong>ve enganá-lo; mas<br />

dizer a ele mesmo é muito difícil.” [Fragmento <strong>de</strong><br />

entrevista- Felipe - 4ºano/8ºperío<strong>do</strong>]<br />

Os estudantes e resi<strong>de</strong>ntes investiga<strong>do</strong>s assimilam os argumentos<br />

para acatarem a proposição, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que faz parte da atribuição <strong>do</strong> ser<br />

um médico humano a realização <strong>de</strong> tal tarefa. Mas também revelam que<br />

transformar o discurso em ação não é tarefa fácil. Muitas são as dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas pelos estudantes e resi<strong>de</strong>ntes, que partem <strong>do</strong> silêncio em torno<br />

<strong>do</strong> cadáver, da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apartar-se da dimensão intersubjetiva para<br />

lidar com ele. Ou seja, partem para o encontro com a proximida<strong>de</strong> da morte<br />

<strong>de</strong> um paciente, com o lidar com os aspectos existenciais, simbólicos e

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