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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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como <strong>de</strong>senvolver estratégias para não entrar em contato com a<br />

humanida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cadáver (“não olhar para a face”). Um constante<br />

aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> negação da morte, da <strong>do</strong>r, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> envolver-se, <strong>de</strong><br />

vincular-se.<br />

“Tem que agüentar”, “vai ser médico não po<strong>de</strong> sofrer”, “se cada<br />

paciente que morrer você ficar sofren<strong>do</strong> larga a medicina”, “é apenas um<br />

objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, não é uma vida” são alguns <strong>do</strong>s discursos revela<strong>do</strong>s por<br />

nossos alunos e que <strong>de</strong>vem ser introjeta<strong>do</strong>s na práticas <strong>do</strong>s Asclepía<strong>de</strong>s.<br />

Discursos coercitivos que buscam validar-se focan<strong>do</strong> sua pretensão <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong> científica exclusivamente na competência técnica e na objetivida<strong>de</strong>,<br />

colocan<strong>do</strong> a verda<strong>de</strong> sobre a <strong>do</strong>ença, o sofrer, a saú<strong>de</strong> e o morrer nas mãos<br />

e bocas das ciências médicas. A introjeção <strong>de</strong>sses discursos vai<br />

configuran<strong>do</strong> a primeira proposição a ser assimilada como verda<strong>de</strong>: “não<br />

po<strong>de</strong> se envolver com o cadáver” e “não po<strong>de</strong> se envolver muito com o<br />

paciente”<br />

Entretanto, constatamos que diante da racionalida<strong>de</strong> da biomedicina,<br />

que se apóia na cientificida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> da morte <strong>de</strong>stituí<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

subjetivida<strong>de</strong>, temos também um olhar que busca a humanização ou<br />

rehumanização <strong>de</strong>ssa mesma racionalida<strong>de</strong>.<br />

Falamos <strong>do</strong> <strong>de</strong>safio coloca<strong>do</strong> pelo movimento <strong>de</strong> humanização das<br />

práticas em saú<strong>de</strong>, pela rehumanização <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> morte, pela<br />

humanização <strong>do</strong> ensino médico. Desafio presente no i<strong>de</strong>ário <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s e no horizonte normativo <strong>do</strong>s currículos novos, que procuram<br />

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também sua validação, pleitean<strong>do</strong> um diálogo permeável entre meios

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