A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...
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físicos, mas sem se esquecer <strong>do</strong> isolamento social, <strong>do</strong> sofrimento psíquico e<br />
espiritual que a <strong>do</strong>ença provoca; cunhan<strong>do</strong> assim o conceito <strong>de</strong> <strong>do</strong>r total.<br />
Vejamos outro aspecto relativo à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida/morte cita<strong>do</strong> pelos<br />
<strong>de</strong>poentes e igualmente vital para a realização <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong>s paliativos, para o<br />
processo <strong>de</strong> rehumanização <strong>do</strong> morrer – a comunicação qualificada ou<br />
competência comunicacional.<br />
Comunicação qualificada ou competência comunicacional –<br />
comunicação clara, verda<strong>de</strong>ira e fluida.<br />
101<br />
“O paciente em esta<strong>do</strong> terminal diz ao médico que percebe<br />
que vai morrer <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> poucos minutos e pe<strong>de</strong> ao médico<br />
que avise à família. O médico pe<strong>de</strong> que o paciente tenha um<br />
pouco <strong>de</strong> esperança, mas diz ao mesmo que seu esta<strong>do</strong> é<br />
realmente bastante grave e, por isso, já havia chama<strong>do</strong><br />
sua família. O paciente choran<strong>do</strong>, agra<strong>de</strong>ce a atenção e<br />
sincerida<strong>de</strong> <strong>do</strong> médico, no momento em que a família <strong>do</strong><br />
paciente vai ao seu leito.” [Fragmento <strong>de</strong> “cena” – Diogo - 2º<br />
ano/3º perío<strong>do</strong>].<br />
“Eu acho que a maior dificulda<strong>de</strong> diante <strong>do</strong> paciente que tá<br />
morren<strong>do</strong> seria fazer ele perceber isso. Eu acho que to<strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve saber que vai morrer, não dá pra você dizer: -<br />
ah, não se preocupe não que vai dá certo! Ou dizer que to<strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> morre, mas agente não sabe quan<strong>do</strong>. Eu acho que ele<br />
tem que saber o que tá acontecen<strong>do</strong>. Mas eu acho que mais<br />
difícil seria passar isso pra ele, eu não queria dar a notícia<br />
que ele vai morrer, que não tem jeito, eu acho que... não sei,<br />
não nesse estágio da minha vida, talvez em outro estágio<br />
seja diferente [pequena pausa] eu penso que dar uma<br />
notícia <strong>de</strong>ssa, <strong>de</strong>ve ser a parte mais difícil, <strong>de</strong>pois que ele já<br />
tá consciente, conforma<strong>do</strong>, eu acho que <strong>de</strong>ve ser mais fácil<br />
<strong>de</strong> você acompanhar, mas fazer esse confronto é a parte<br />
mais complicada que eu não sei como eu faria não. Eu quero<br />
apren<strong>de</strong>r, acho que o paciente tem o direito, mas a gente<br />
tem que saber como e quan<strong>do</strong> dizer. Talvez se tiver<br />
algum mo<strong>de</strong>lo para me espelhar, algum professor,<br />
talvez.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista – Fernanda - 4º ano/8º<br />
perío<strong>do</strong>].<br />
“eu me limito a respon<strong>de</strong>r tal qual o paciente me<br />
pergunta. Então eu tô passan<strong>do</strong> pela Oncologia e<br />
Hematologia, então eu tô com muitos pacientes graves,