A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

afastamento dos pacientes, o silêncio na formação. Em suas palavras, eles
constatam:
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A forma como se dá esse acompanhamento, hoje, põe em
relevo o aparato dos recursos tecnológicos e químicos
capazes de prolongar a vida e atenuar o sofrimento físico dos
que vão morrer. Cuida-se dos órgãos e esquece-se do
atendimento ao ser humano integral que experimenta um
momento crucial de sua existência.
Esses autores chamam a atenção para o papel fundamental que as
faculdades de medicina e instituições hospitalares precisam assumir para
um acompanhamento da morte dos pacientes de forma menos solitária e
mais humana.
Por outro lado, Kübler-Ross (1996) guiou nosso caminho indicando
que as habilidades, os relacionamentos, as atitudes e os comportamentos
necessários aos cuidados com os pacientes que estão à morte são
fundamentais na rede total de cuidados com todos os pacientes. Eles são
necessários a pacientes que estão seriamente doentes, como àqueles que
estão se recuperando e prestes a voltar à vida normal na sociedade.
Com Gadamer (1993, p. 95) temos explicitada parte das inquietudes
presentes nos ditos e não ditos para a construção deste texto. Indagamos
junto com ele: “Como é possível que nos aproximemos com a distância do
simples olhar, de coisas que na prática, nos queimam os dedos, como, por
exemplo, a doença e a morte?”
Esclarecemos que, ao se referir “a distância do simples olhar”, o autor
nos remete à distância do tão-somente contemplar teórico; e não a