12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

papel <strong>de</strong>les na comunicação. Compreen<strong>de</strong>m, respectivamente, aquilo que<br />

um proferimento diz, ou aspectos gramaticais (ato locucionário); o que faz,<br />

ou preten<strong>de</strong> fazer como advertir, orientar, acalmar (ilocucionário); e aquilo<br />

que provoca, ou o efeito no ouvinte (perlocucionário): persuasão, mudança.<br />

Po<strong>de</strong>mos inferir que nas interações comunicativas nas quais ocorre,<br />

por parte <strong>do</strong> médico, sincerida<strong>de</strong>, explicações <strong>de</strong>talhadas, <strong>de</strong>cisões<br />

compartilhadas e uma abordagem atenciosa (atos locucionários e<br />

ilocucionários), verificamos como efeito perlocucionário nos pacientes, o<br />

alcance <strong>de</strong> bem-estar, o reconhecimento <strong>de</strong> seu lugar <strong>de</strong> sujeito no processo<br />

saú<strong>de</strong>-<strong>do</strong>ença, garantin<strong>do</strong> uma boa relação com seu médico e a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento <strong>de</strong> forma consensual. Segun<strong>do</strong> Habermas (1996), temos assim<br />

exemplifica<strong>do</strong> um tipo <strong>de</strong> ação comunicativa.<br />

No agir propriamente comunicativo, o ouvinte <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r, sob livre<br />

cooperação e anuência, o significa<strong>do</strong> daquilo que é dito e reconhecer a<br />

valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal proferimento. Os processos <strong>de</strong> comunicação e suas<br />

finalida<strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>m ser expressões <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> interno daquele que<br />

produz a fala, mas <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> da vida intersubjetivamente partilha<strong>do</strong><br />

entre falante e ouvinte. Ou seja, falante e ouvinte enten<strong>de</strong>m-se entre si, a<br />

respeito <strong>de</strong> algo que existe no mun<strong>do</strong>, intencionan<strong>do</strong> algum objetivo<br />

compartilha<strong>do</strong>.<br />

A comunicação entre o <strong>do</strong>ente e o médico esteve presente na<br />

pesquisa realizada por Boltanski (1979) em diferentes regiões da França.<br />

Esse autor discute diferenças <strong>do</strong> conhecimento médico-científico e <strong>do</strong><br />

conhecimento médico-familiar, e relaciona tais diferenças à relação <strong>do</strong>ente-<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!