A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

sintomas depressivos e altas taxas de suicídio são freqüentes durante o
curso de formação médica (Millan et al., 1990; Kaltreider, 1990, Miranda et
al.1991).
Abraçamos as palavras de Hennezel (2001, p.42), quando diz:
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é importante abrir espaços de cuidados aos profissionais que
tratam de pessoas no fim da vida, no deserto afetivo que se
constitui dentro dos hospitais. Permitir que cada um possa
sair da negação, do silêncio, da ilusão de onipotência, para
poder falar do que está vivendo e o que o comove. É
fundamental que os profissionais percebam: que não estão
sós nessa empreitada, que não precisam submergir na sua
aflição; adquirir a distância sobre o que não podem resolver e
se aproximar do que podem cuidar.
Para que os médicos possam ajudar seus pacientes na travessia final,
é necessário cuidar das dores desses cuidadores. Não há cuidado sem
humanização das relações, sem disponibilidade para escuta, para o falar e o
ouvir recíprocos.
Proporcionar uma assistência humanizada na hora da morte (e não
apenas nela), como almejam os entrevistados, implica dar lugar à palavra e
suas expressões, dor ou alegria, tanto aos pacientes quanto dos médicos.
Implica um processo de aprendizagem que, ao reconhecer a força presente
no compartilhar palavras e emoções, caminhe em direção ao
desenvolvimento de atitudes que promovam a desejada comunicação
qualificada (ou competência comunicacional) e o domínio emocional.
Algumas iniciativas vêm surgindo nas últimas décadas, visando a
humanizar a formação médica e a cuidar da dor do cuidador, enfrentando o