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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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equipes com seus pacientes, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> facilitá-las, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se atente<br />

sempre para a singularida<strong>de</strong> da pessoa <strong>do</strong>ente e das circunstâncias<br />

específicas que a cercam.<br />

Trazemos neste momento essa referência na intenção <strong>de</strong> estabelecer<br />

um paralelo <strong>do</strong>s estágios elenca<strong>do</strong>s pela referida autora com os estágios<br />

pelos quais po<strong>de</strong>m passar o estudante <strong>de</strong> medicina e o médico diante <strong>de</strong><br />

seu paciente terminal, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento da configuração <strong>do</strong> prognóstico.<br />

Primeiro estágio – a negação. A reação <strong>do</strong> paciente po<strong>de</strong> ser<br />

sintetizada na frase: “Não, eu não, não po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>”. E nos médicos<br />

po<strong>de</strong> ser representada por: “Meu paciente vai morrer? Não, não vai, eu vou<br />

conseguir curá-lo, a medicina tá avançan<strong>do</strong>...”. O resi<strong>de</strong>nte 1 comentou: “A<br />

gente às vezes vê que o paciente não vai passar mais <strong>do</strong>is dias e o médico<br />

<strong>de</strong>le dizen<strong>do</strong> que ele está bem, e pior, dizen<strong>do</strong> à família. Os caras às vezes<br />

não querem enxergar, é muito comum.”<br />

A negação é um mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa simples e radical, que<br />

funciona como um “pára-choque” diante <strong>de</strong> uma notícia grave. Chega a ser<br />

uma necessida<strong>de</strong> inicial, mas sua manutenção po<strong>de</strong> dificultar o tratamento,<br />

ou o reconhecimento <strong>do</strong> fim, e conseqüentemente impedir as chances das<br />

<strong>de</strong>spedidas. No caso <strong>do</strong>s médicos, po<strong>de</strong> levá-los a fornecer falsas<br />

esperanças aos pacientes e familiares.<br />

Segun<strong>do</strong> estágio – revolta. Diante da impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> não ver os<br />

sinais da <strong>do</strong>ença, o paciente sente revolta e se pergunta: Por que eu? Às<br />

vezes têm ressentimentos por to<strong>do</strong>s que continuarão viven<strong>do</strong> – parentes e<br />

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equipe. Quan<strong>do</strong> percebe que tal sentimento não mudará a situação, passa

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