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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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práticas humanizadas ou rehumanizadas no enfrentamento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

morte. Pois estas fazem parte <strong>de</strong> um horizonte que vem emergin<strong>do</strong> nas<br />

últimas décadas, tentan<strong>do</strong> construir consensos e legitimar-se, reclaman<strong>do</strong> a<br />

validação <strong>de</strong> proposições, cujos senti<strong>do</strong>s e significa<strong>do</strong>s se originem<br />

promoven<strong>do</strong> o entendimento entre os sujeitos. Em outras palavras, implica<br />

um saber compreensivo, orienta<strong>do</strong> pelas relações parte-to<strong>do</strong> e motiva<strong>do</strong> por<br />

interesses práticos (Habemas, 1988). Essa perspectiva convive ao mesmo<br />

tempo com o extraordinário lugar que a discursivida<strong>de</strong> constatativa da<br />

tecnociência ocupa no ensino médico.<br />

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Reclamam, portanto, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concretização <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário que<br />

configura, no caso <strong>de</strong> nossa pesquisa, o horizonte normativo <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>: ser<br />

um bom médico, sen<strong>do</strong> técnico e humano na <strong>do</strong>ença e na morte. O que<br />

significa a presença da tecnociência aliada às habilida<strong>de</strong>s ou disposições<br />

humanistas e a competência comunicativa – pilares para uma boa relação<br />

médico-paciente, condições indispensáveis ao alcance das concepções que<br />

emergem <strong>do</strong>s discursos <strong>do</strong>s estudantes/resi<strong>de</strong>ntes sobre o papel <strong>do</strong> médico<br />

no processo <strong>de</strong> morte <strong>de</strong> um paciente: evitar a chegada da morte, qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> morte (conforto físico e conforto emocional), comunicação qualificada<br />

com a família, ficar até o fim e seguir a rotina médica naturalmente após a<br />

morte <strong>do</strong> paciente.<br />

O percurso que realizamos até o momento permite afirmar que as<br />

aulas <strong>de</strong> Anatomia inauguram o espaço diferencia<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>“ser</strong> <strong>médico”</strong> <strong>do</strong><br />

não-médico. Ali temos a presença <strong>do</strong>s elementos atitudinais fundamentais<br />

para configurar a instituição médica e construir atitu<strong>de</strong>s ante a morte.

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