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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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significa<strong>do</strong> das coisas não está nelas mesmas; o ser <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> aquilo que há<br />

se encontra no estar sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s homens <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (Critelli, 1996).<br />

A existência <strong>do</strong> ser-aí, por sua vez, é sempre coexistência, <strong>“ser</strong>-com”.<br />

Não se trata <strong>de</strong> vivermos sozinhos, em socieda<strong>de</strong>, e sim, <strong>de</strong> uma condição<br />

originária, ontológica <strong>do</strong> humano. Ser humano é sempre ser-com-o-outro. No<br />

dizer <strong>de</strong> Critelli (1996, p. 78): “os outros não são aqueles com quem o<br />

indivíduo convive, nem aqueles que o completam: os outros constituem-nos.”<br />

Esse ser-aí enquanto existente tem como tarefa cuidar <strong>do</strong> seu <strong>“ser</strong>”, no<br />

mun<strong>do</strong>, com o outro.<br />

Por ser <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong> linguagem, po<strong>de</strong> compartilhar, construir e<br />

reconstruir os senti<strong>do</strong>s. A mediação das palavras se faz necessária para<br />

garantir nossa humanida<strong>de</strong>; é somente quan<strong>do</strong> a palavra está ausente ou<br />

falha é que somos capazes <strong>de</strong> barbarida<strong>de</strong>s. Portanto a <strong>de</strong>strutivida<strong>de</strong>, ou o<br />

que estamos chaman<strong>do</strong> aqui <strong>de</strong> <strong>de</strong>sumanização, po<strong>de</strong> se manifestar em não<br />

olhar o rosto <strong>do</strong> paciente, em não reconhecermos sua <strong>de</strong>manda existencial,<br />

em não ouvirmos suas motivações, suas verda<strong>de</strong>s, privilegian<strong>do</strong> o ato<br />

meramente técnico em <strong>de</strong>trimento da palavra.<br />

240<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, a humanização à qual nos referimos se <strong>de</strong>stina a dar<br />

voz à palavra e a suas expressões <strong>de</strong> <strong>do</strong>r ou riso; a <strong>de</strong>volver ao humano sua<br />

principal tarefa: cuidar.<br />

Cuida<strong>do</strong> é entendi<strong>do</strong> com uma conformação humanizada <strong>do</strong> ato<br />

assistencial, distinguin<strong>do</strong>-a daquelas que por razões diversas, não visam à<br />

ampliação e flexibilização normativa na aplicação terapêutica das<br />

tecnociências da saú<strong>de</strong> (Ayres, 2004a p. 12).

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