12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

esgotarem os instrumentos utiliza<strong>do</strong>s pela medicina tecnológica para curar, é<br />

possível ainda lançar mão <strong>do</strong>s aspectos humanísticos da mesma medicina,<br />

recorrer aos cuida<strong>do</strong>s paliativos, confortan<strong>do</strong> a família e o paciente. Para tal<br />

é preciso que o papel atribuí<strong>do</strong> ao médico seja também o <strong>de</strong> assistir aquele<br />

que sofre e não apenas curar a qualquer custo.<br />

Esse papel <strong>de</strong>manda cuida<strong>do</strong>s com pessoas e não apenas com<br />

corpos ou órgãos <strong>do</strong>entes. Demanda o exercício <strong>de</strong> uma medicina humana<br />

que seja capaz <strong>de</strong> relacionar tais cuida<strong>do</strong>s não só em situações <strong>de</strong> morte, e<br />

enten<strong>de</strong>r a morte não como um fracasso das instituições e <strong>do</strong>s médicos,<br />

como comumente é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela medicina biomédica. Implica construir<br />

meios para ampliar os horizontes <strong>de</strong>ssa racionalida<strong>de</strong> instrumental.<br />

O relato da aluna <strong>do</strong> quinto ano ressalta que o distanciamento às<br />

vezes começa ao se perceber a proximida<strong>de</strong> da morte. Ficar até o fim po<strong>de</strong><br />

significar acompanhar até o fim, não necessariamente estar na hora da<br />

morte, mas o distanciamento ao qual ela se refere sinaliza uma ausência<br />

<strong>de</strong>sse acompanhamento humano, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da “capacida<strong>de</strong> emocional <strong>de</strong><br />

cada um”. Fato aborda<strong>do</strong> por vários autores (Cassorla,1991; Kafkle, 1991;<br />

Kovács, 1991, 1996; Boemer, 1991, 1996), que afirmam que, diante <strong>de</strong> um<br />

paciente “terminal”, ocorre um aumento <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong>s técnicos e diminuição<br />

<strong>de</strong> contatos humanos, inclusive visitas médicas. A aluna insinua que se trata<br />

<strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> formação pessoal, parecen<strong>do</strong> não reconhecer como uma<br />

competência a ser <strong>de</strong>senvolvida durante a formação médica.<br />

106

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!