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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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Fato é que os aprendizes <strong>de</strong> Asclépios apren<strong>de</strong>m sobre o po<strong>de</strong>r da<br />

ciência, sobre o percurso da crença <strong>de</strong>smedida <strong>de</strong> que a verda<strong>de</strong> e o senti<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ser po<strong>de</strong>riam ser agarra<strong>do</strong>s exclusivamente pela razão instrumental e seu<br />

olhar distante. Percurso este que se encontra em adianta<strong>do</strong> e inevitável<br />

volume <strong>de</strong> críticas (Ayres, 2004b).<br />

241<br />

No entanto, diante <strong>do</strong> trânsito pelas situações que nos queimam os<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong>s como a <strong>do</strong>ença e a morte; e as conseqüentes dificulda<strong>de</strong>s<br />

enfrentadas para se aproximar, se envolver, e comunicar-se dialogicamente<br />

com os pacientes à morte, torna-se imprescindível a revisão <strong>do</strong> olhar<br />

distante para que possa haver menos para<strong>do</strong>xos entre as verda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s<br />

discursos e a prática das interações <strong>de</strong> nossos estudantes e resi<strong>de</strong>ntes.<br />

Significa que a ampliação <strong>do</strong> horizonte normativo exige também um<br />

esforço <strong>de</strong> reconstrução dirigi<strong>do</strong> à esfera proposicional. Enten<strong>de</strong>r que a<br />

aproximação da realida<strong>de</strong> nos leva a ampliar o olhar para além das idéias<br />

claras e distintas <strong>do</strong> pensar cartesiano; da crença no fundamento último;<br />

implica acatar a incerteza, o in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. Compreen<strong>de</strong>r que a verda<strong>de</strong><br />

não é encontrada apenas na certeza <strong>do</strong> verificável, mas também nos<br />

espaços da intersubjetivida<strong>de</strong> sempre em construção.<br />

Ao retirar a subjetivida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s parênteses, antes colocada, vamos falar<br />

em consensos, nos quais a “realida<strong>de</strong> científica” será co-construída. Nessa<br />

perspectiva, a validação das experiências intersubjetivas se fará convocan<strong>do</strong><br />

espaços consensuais nos quais à ciência possa se <strong>de</strong>senvolver com o novo<br />

pressuposto, que é a intersujetivida<strong>de</strong>.

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