12.04.2013 Views

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

qualida<strong>de</strong> das interações subjetivas entre médicos, pacientes e familiares,<br />

<strong>de</strong>monstradas por meio da natureza da comunicação e <strong>do</strong> envolvimento<br />

estabeleci<strong>do</strong>.<br />

Nossos jovens aprendizes retratam o dia-a-dia <strong>de</strong>ssas interações<br />

como sen<strong>do</strong> um encontro com as dificulda<strong>de</strong>s em comunicar-se e envolver-<br />

se com a <strong>do</strong>r <strong>do</strong> outro.<br />

184<br />

“Não quero dar a notícia. É um momento muito difícil para<br />

qualquer ser humano enfrentar que vai morrer.” [Fragmento<br />

<strong>de</strong> entrevista - Fernanda - 4º ano/8º perío<strong>do</strong>]<br />

“É a pior parte <strong>de</strong>ssa profissão, você olhar para o cara e dizer<br />

<strong>de</strong> uma forma, sei lá, boa, próxima, confortan<strong>do</strong>, que o<br />

prognóstico é sério, é grave. Ta dizen<strong>do</strong> que ele vai morrer. É<br />

duro ver o sofrimento <strong>de</strong>le, e é difícil não ser duro pra<br />

conseguir dizer.” [Fragmento <strong>de</strong> entrevista - Ricar<strong>do</strong>,<br />

resi<strong>de</strong>nte 1]<br />

São algumas das muitas falas que expressam um <strong>do</strong>s momentos<br />

difíceis <strong>do</strong> <strong>“ser</strong> <strong>médico”</strong>. Mas <strong>do</strong> que enfrentar e aceitar os limites <strong>de</strong> sua<br />

profissão, significa enfrentar os sentimentos que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> morrer<br />

provoca nos pacientes e neles enquanto <strong>“ser</strong> humano” que são.<br />

asseguram:<br />

Quintana et al. (2002, p. 205-206) refletin<strong>do</strong> sobre tais dificulda<strong>de</strong>s<br />

O médico gostaria que seus pacientes fossem capazes <strong>de</strong><br />

conversar sobre sua <strong>do</strong>ença, as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento<br />

e, inclusive, sobre a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cura <strong>de</strong>sprovi<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

emoção. De fato, o médico po<strong>de</strong> falar racionalmente da<br />

morte; ele sabe intelectualmente que ela está a sua volta,<br />

mas o que não po<strong>de</strong> aceitar é senti-la, é que ela toque seus<br />

sentimentos, pois é somente nesse momento que será<br />

obriga<strong>do</strong> a aceitá-la como possibilida<strong>de</strong> concreta tanto para<br />

seu paciente como para si mesmo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!