A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

a totalidade da experiência humana na saúde, na doença e na morte – que,
sem abrir mão das conquistas tecnocientifícas, nem deixar de positivar o
saber médico e a gratificação encontrada nos momentos de cura; mas que
reconhece a potência do papel de cuidador, ou seja – cuidar da dor.
É o residente 2 quem nos lembra: “E o melhor é que descubra cedo
pra não ficar como uns se achando. E aí, você vai valorizar o que você fez
para ajudar o paciente que também é seu papel”. Achando-se deuses, ele
quis dizer.
As gratificações e dificuldades encontradas pelos estudantes e
residentes para concretizarem na prática médica, o que “também é seu
papel”, se apresentam bem demarcadas nas interações com o processo de
morte de um paciente representadas nas expressões subjetivas que
abordaremos a partir de agora. Em outras palavras, diante da
impossibilidade de evitar a morte (concepção 1); como concretizar as
concepções desejadas: qualidade de morte (concepção 2); comunicação
qualificada com a família (concepção 3); ficar até o fim (concepção 4); seguir
a rotina após o óbito (concepção 5)?
Da dificuldade de envolver-se ou comunicar-se - Qualidade de morte
(Concepção 2) / Comunicação qualificada com a família (Concepção 3)
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Os discursos e as “cenas” elaboradas pelos estudantes e residentes
demonstram que a promoção da qualidade de morte aos pacientes
moribundos (concepção 2) e o estabelecimento de uma competência
comunicativa com a família dos pacientes (concepção 3). Dependem da