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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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técnicos e não-técnicos no saber-fazer médico, que permitam à<br />

normativida<strong>de</strong> morfofuncional das tecnociências médicas dialogar com uma<br />

normativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outra or<strong>de</strong>m, oriunda <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da vida (Habermas, 1989).<br />

É uma referência ao mun<strong>do</strong> enquanto mun<strong>do</strong> vivi<strong>do</strong>, tanto em sua<br />

cotidianida<strong>de</strong>, quanto em sua condição <strong>de</strong> a priori <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os mun<strong>do</strong>s e <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> comum <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s. Desafio este que <strong>de</strong>bruça gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua<br />

atenção na natureza da comunicação entre médicos e pacientes.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> horizonte, por sua vez, vem sen<strong>do</strong> responsável pela<br />

legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proposição que advoga, no manejo clínico diante da<br />

morte, a comunicação verda<strong>de</strong>ira, clara e atenciosa sobre o diagnóstico,<br />

gravida<strong>de</strong> e prognóstico <strong>do</strong>s pacientes, sintetizada na expressão: “Tem que<br />

comunicar a notícia ruim”.<br />

Segun<strong>do</strong> os estudantes: “tem que falar a verda<strong>de</strong> é o que eles (os<br />

professores) dizem” (Fernanda, 4º ano /8º perío<strong>do</strong>), “a pessoa tem saber <strong>de</strong><br />

sua gravida<strong>de</strong> para ajudar no tratamento, <strong>de</strong>cidir junto algumas coisas e<br />

principalmente resolver suas questões antes <strong>de</strong> morrer” (Sofia, 6º ano /12º<br />

perío<strong>do</strong>), se eu quero ser um médico humano tenho que dar a notícia ruim<br />

ao meu paciente e ficar junto <strong>de</strong>le até o fim, mas não é fácil” (Ricar<strong>do</strong>,<br />

resi<strong>de</strong>nte 1).<br />

Para se tornar médico e saber lidar com o processo <strong>de</strong> morte <strong>de</strong> um<br />

paciente, “Não po<strong>de</strong> se envolver muito!” e “Tem que comunicar a notícia<br />

ruim!” são proposições <strong>de</strong>terminantes, que eles precisam perseguir, que por<br />

sua vez são consumadas na expressão “Tem que se acostumar!”, que se<br />

articulam, por vezes geran<strong>do</strong> alguns para<strong>do</strong>xos.<br />

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