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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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enfrentamento da morte <strong>de</strong> um paciente. Isso, ten<strong>do</strong> em vista que é na<br />

linguagem que o estudante estrutura a experiência e po<strong>de</strong>rá constituí-la para<br />

além <strong>de</strong> um olhar anátomo-clínico, constituin<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais po<strong>de</strong>rosos<br />

meios <strong>do</strong> mútuo engendramento <strong>de</strong> sujeitos e mun<strong>do</strong> (Ayres, 2001).<br />

Apesar <strong>do</strong> silêncio imposto social e aca<strong>de</strong>micamente em torno da<br />

morte, evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> em assertivas como: “não se fala em morte, a não ser<br />

quan<strong>do</strong> acontece perto da gente”, “não se diz essa palavra aqui, diz óbito,<br />

alta celestial, êxito letal”. Apesar <strong>do</strong> pouco preparo no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> um<br />

conteú<strong>do</strong> formal <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> processo ensino-aprendizagem <strong>do</strong>s estudantes<br />

para lidarem com a morte, explicita<strong>do</strong>s em sentenças como “a gente tá ali<br />

treinan<strong>do</strong> na <strong>do</strong>ença e pronto”, “é muito pouco”, “é como se fosse assim: o<br />

meu paciente nunca morre”; o ensino <strong>de</strong> algumas atitu<strong>de</strong>s frente à morte é<br />

realiza<strong>do</strong>. A i<strong>de</strong>ologia médica vai se incorporan<strong>do</strong> nas conversas <strong>do</strong>s<br />

corre<strong>do</strong>res, nos contatos com os outros colegas, nos significa<strong>do</strong>s implícitos<br />

das interdições, nos atos observa<strong>do</strong>s e imita<strong>do</strong>s.<br />

Autores como Botega et al. (1977), Dickinson et al. (1999), Quintana<br />

et al. (2002) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que atitu<strong>de</strong>s frente à morte parecem ser moldadas<br />

pela experiência e pela prática profissional. No entanto, Troncon et al. (2003)<br />

asseguram que, apesar disso, seus estu<strong>do</strong>s refletem um panorama<br />

educacional caracteriza<strong>do</strong> por escassas oportunida<strong>de</strong>s formativas <strong>de</strong><br />

aspectos relativos à morte e ao morrer durante a graduação. Fato também<br />

percebi<strong>do</strong> em nossa pesquisa.<br />

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Talvez o que Troncon et al. (2003) e nossos acha<strong>do</strong>s apontem seja a<br />

ausência ou um número pequeno <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>

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