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A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

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objetivida<strong>de</strong> obtidas apartir <strong>do</strong> corpo morto, o máximo possível <strong>de</strong>stituí<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

sinais <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, mudança, imprecisão, que se inicia o aprendiza<strong>do</strong> da<br />

prática médica, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> como <strong>de</strong>slanchou, historicamente, o afã<br />

prometéico <strong>do</strong> progresso científico-tecnológico na medicina.<br />

Esse mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> pensar, ao colocar o homem como centro <strong>do</strong>s entes,<br />

por meio <strong>do</strong> lugar privilegia<strong>do</strong> que o pensamento acredita se relacionar com<br />

o ser das coisas (i<strong>de</strong>ia, conceito, causa etc.), permite que o homem se torne<br />

mais seguro <strong>de</strong> si e <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>stino, dan<strong>do</strong> origem a um humanismo,<br />

entendi<strong>do</strong> aqui como antropocentrismo ou antropomorfismo.<br />

Nessa perspectiva, Michelazzo (1999, p. 138-139) comenta:<br />

132<br />

É a partir <strong>do</strong> momento em que o homem começa a <strong>do</strong>minar o<br />

ser das coisas por meio <strong>de</strong> uma linguagem conceitual e<br />

lógica em níveis crescentes, que começa também<br />

paralelamente, a esten<strong>de</strong>r esse <strong>do</strong>mínio sobre to<strong>do</strong>s os entes<br />

à sua volta...na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> esse caráter e <strong>do</strong>minação<br />

ganhou força gigantesca.<br />

É inegável que to<strong>do</strong> o extraordinário avanço tecnológico permitiu<br />

aumentar a expectativa e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, sem avançar na mesma<br />

proporção quanto aos cuida<strong>do</strong>s com a experiência humana da morte.<br />

Acompanhar o processo <strong>de</strong> morte <strong>do</strong>s pacientes ficou fora <strong>do</strong> âmbito da<br />

medicina (De Marco, 2003).<br />

A dissecação <strong>do</strong>s cadáveres e o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vítimas <strong>de</strong><br />

epi<strong>de</strong>mias permitiram aos médicos buscar a lógica da morte <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> corpo<br />

e favoreceram o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias para a melhor avaliação<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes, reduzin<strong>do</strong> a <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s médicos <strong>de</strong> trabalhar apenas

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