A Construção do “ser médico” - Centro de Referência e Treinamento ...

a presença do médico no momento da morte do paciente, conforme os
trechos abaixo:
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“[...] aguardando o fim do sofrimento de minha paciente
com reflexão [...] enfim ela faleceu...” [Fragmento de cena –
Patrícia - 1º ano/ 1º período]
“[...] o paciente parece entrar num sono profundo. O
médico passa a examinar o paciente e avisa à irmã que tudo
deve ocorrer agora, ele sente a fraca pulsação que cada vez
diminui mais e narra todo o acontecimento, de acordo com o
pedido da irmã, até que o paciente morre e o médico anuncia
o óbito.” [Fragmento de cena – Diogo - 2º ano/ 3º período]
“[...] faz-se um esquema de sedação ao paciente, para que
ele não sofra de padecimentos, e o médico aguarda, à
beira do leito, assegurando que aquele indivíduo tenha,
no mínimo, uma boa morte. Após o êxito letal, o médico
informa ao serviço de assistência social, e pede para que se
contate algum familiar ou amigo, sobre o ocorrido, e que em
caso de aparecer alguém, chamá-lo para que possa explicar
a situação.” [Fragmento de cena – Tibério - 3º ano/ 5º
período]
Nessas “cenas” o médico fica até o fim. Ele acompanha todo o
processo de sofrimento e despedidas com o paciente e sua família, cujo
desfecho ocorre calmamente por meio de um sono profundo e de sedação.
Mortes tranqüilas que causariam menos abalo ou emoção nos médicos.
Os estudantes do quarto ao sexto ano descrevem um
acompanhamento próximo e de qualidade como desejam oferecer, e é
interessante pontuar que os pacientes não morrem na cena, nem eles (os
médicos) estão presentes. Vejamos alguns fragmentos:
“[...] Saí, talvez até mais triste do que entrei, e chamei sua
esposa. Ela rapidamente entrou, dando um abraço e beijos
em sua filha, apressada por ver seu Antônio.” [Fragmento de
cena – Fernanda - 4º ano/ 8º período]