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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

Durante quase trinta anos, Calvino trabalhou em Genebra, primeiramente para<br />

estabelecer ali uma igreja que aderisse à moralidade da Bíblia, e depois em prol do<br />

avançamento da Reforma pela Europa toda. Sua conduta como dirigente público não era<br />

irrepreensível, tampouco eram suas doutrinas destituídas de erro. Mas foi instrumento na<br />

promulgação de verdades que eram de importância especial em seu tempo, na<br />

manutenção de princípios do protestantismo contra a maré do papado que rapidamente<br />

refluía, e na promoção da simplicidade e pureza de vida nas igrejas reformadas, em lugar<br />

do orgulho e corrupção favorecidos pelo ensino romanista.<br />

De Genebra saíram publicações e ensinadores para disseminar as doutrinas<br />

reformadas. Daquele ponto os perseguidos de todos os países esperavam instrução,<br />

conselho e animação. A cidade de Calvino tornou-se um refúgio para os perseguidos<br />

reformadores de toda a Europa Ocidental. Fugindo das terríveis tempestades que duraram<br />

séculos, chegavam os foragidos às portas de Genebra. Famintos, feridos, despojados de<br />

lar e parentes, eram afetuosamente recebidos e tratados com ternura; e encontrando ali<br />

um lar, por meio de sua habilidade, saber e piedade abençoavam a cidade de sua adoção.<br />

Muitos que ali buscaram refúgio voltaram a seu próprio país para resistir à tirania de<br />

Roma. João Knox, o bravo reformador escocês, não poucos dos puritanos ingleses,<br />

protestantes da Holanda e da Espanha, e os huguenotes da França, levaram de Genebra a<br />

tocha da verdade para iluminar as trevas de seu país natal.

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