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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

outras. Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde<br />

vem a voz de Deus como o som de muitas águas, dizendo: “Está feito.” Apocalipse<br />

16:17. Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto “como nunca tinha<br />

havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto.” Apocalipse<br />

16:18. O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus dir-se-ia<br />

atravessar a atmosfera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e anfractuosas<br />

rochas são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a<br />

sobrevir.<br />

O mar é açoitado com fúria. Ouvese o sibilar do furacão, semelhante à voz de<br />

demônios na missão de destruir. A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas<br />

do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu próprio fundamento parece ceder. Cadeias<br />

de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem ilhas habitadas. Os portos marítimos que,<br />

pela iniqüidade, se tornaram como Sodoma, são tragados pelas águas enfurecidas. A<br />

grande Babilônia veio em lembrança perante Deus, “para lhe dar o cálice do vinho da<br />

indignação da Sua ira.” Apocalipse 16:19, 21. <strong>Grande</strong>s pedras de saraiva, cada uma “do<br />

peso de um talento”, estão a fazer sua obra de destruição. As mais orgulhosas cidades da<br />

Terra são derribadas. Os suntuosos palácios em que os grandes homens do mundo<br />

dissiparam suas riquezas com a glorificação própria, desmoronam-se diante de seus<br />

olhos. As paredes das prisões fendem-se, e o povo de Deus, que estivera retido em<br />

cativeiro por causa de sua fé, é libertado.<br />

Abrem-se sepulturas, e “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para<br />

a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.” Daniel 12:2. Todos os que<br />

morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem<br />

o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. “Os mesmos<br />

que O traspassaram” (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de<br />

Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-<br />

Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes.<br />

Densas nuvens ainda cobrem o céu; contudo o Sol de quando em quando irrompe,<br />

aparecendo como o olhar vingador de Jeová. Relâmpagos terríveis estalam dos céus,<br />

envolvendo a Terra num lençol de chamas. Por sobre o estrondo medonho do trovão,<br />

vozes misteriosas e terríveis declaram a sorte dos ímpios. As palavras proferidas não são<br />

compreendidas por todos; entendem-nas, porém, distintamente os falsos ensinadores. Os<br />

que pouco antes eram tão descuidados, tão jactanciosos e desafiadores, tão exultantes em<br />

sua crueldade para com o povo de Deus, observador dos mandamentos, acham-se agora<br />

vencidos pela consternação, e a estremecer de medo. Ouve-se o seu pranto acima do som<br />

dos elementos. Demônios reconhecem a divindade de Cristo, e tremem diante de Seu<br />

poder, enquanto homens estão suplicando misericórdia e rastejando em abjeto terror.

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