A Grande Controvérsia
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />
Capitulo 17 - A Esperança que Infunde Alegria<br />
Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas na Escritura<br />
Sagrada, é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande obra da redenção. Ao<br />
povo de Deus, por tanto tempo a peregrinar em sua jornada na “região e sombra da<br />
morte”, é dada uma esperança preciosa e inspiradora de alegria, na promessa do<br />
aparecimento dAquele que é “a ressurreição e a vida”, a fim de levar de novo ao lar Seus<br />
filhos exilados. A doutrina do segundo advento é, verdadeiramente, a nota tônica das<br />
Sagradas Escrituras. Desde o dia em que o primeiro par volveu os entristecidos passos<br />
para fora do Éden, os filhos da fé têm esperado a vinda do Prometido, para quebrar o<br />
poder do destruidor e de novo levá-los ao Paraíso perdido.<br />
Santos homens de outrora aguardavam o advento do Messias em glória, para a<br />
consumação de sua esperança. Enoque, apenas o sétimo na descendência dos que<br />
habitaram no Éden, e que na Terra durante três séculos andou com Deus, teve permissão<br />
para contemplar de muito longe a vinda do Libertador. “Eis que é vindo o Senhor”,<br />
declarou ele, “com milhares de Seus santos, para fazer juízo contra todos.” Jud. 14 e 15.<br />
O patriarca Jó, na noite de sua aflição, exclamou com inabalável confiança: “Eu sei que o<br />
meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra: ... ainda em minha carne<br />
verei a Deus. Vê-Lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão.” Jó<br />
19:25-27. A vinda de Cristo,para inaugurar o reino de justiça,tem inspirado as mais<br />
sublimes e exaltadas declarações dos escritores sagrados. Os poetas e videntes da Bíblia<br />
dela trataram com palavras incendidas de fogo celestial. O salmista cantou do poder e<br />
majestade do Rei de Israel: “Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus.<br />
Virá o nosso Deus, e não Se calará. ... Chamará os céus, do alto, e a Terra, para julgar<br />
o Seu povo.” Salmos 50:2-4. “Alegrem-se os céus, e regozije-se a Terra: ... ante a face do<br />
Senhor, porque vem, porque vem a julgar a Terra: julgará o mundo com justiça, e os<br />
povos com a Sua verdade.” Salmos 96:11-13. Disse o profeta Isaías: “Despertai e exultai,<br />
os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra<br />
lançará de si os mortos.” “Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão.”<br />
“Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos<br />
os rostos, e tirará o opróbrio do Seu povo de toda a Terra; porque o Senhor o disse. E,<br />
naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos<br />
salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos<br />
alegraremos.” Isaías 26:19; 25:8, 9.<br />
E Habacuque, transportado em santa visão, contemplou Seu aparecimento. “Deus veio<br />
de Temã e o Santo do monte de Parã. A Sua glória cobriu os céus, e a Terra encheu-se de<br />
Seu louvor. E o Seu resplendor era como a luz.” “Parou, e mediu a Terra; olhou, e<br />
separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados, os outeiros eternos se