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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

Capitulo 36 - O Maior Perigo para o Lar e a Vida<br />

Desde o início do grande conflito no Céu, tem sido o intento de Satanás subverter a lei<br />

de Deus. Foi para realizar isto que entrou em rebelião contra o Criador; e, posto que fosse<br />

expulso do Céu, continuou a mesma luta na Terra. Enganar os homens, levando-os assim<br />

a transgredir a lei de Deus, é o objetivo que perseverantemente tem procurado atingir.<br />

Quer seja isto alcançado pondo de parte toda a lei, quer rejeitando um de seus preceitos, o<br />

resultado será finalmente o mesmo. Aquele que tropeçar “em um só ponto”, manifesta<br />

desprezo pela lei toda; sua influência e exemplo estão do lado da transgressão; torna-se<br />

“culpado de todos.” Tiago 2:10. Procurando lançar o desprezo sobre os estatutos divinos,<br />

Satanás perverteu as doutrinas da Escritura Sagrada, e assim se incorporaram erros na fé<br />

alimentada por milhares dos que professam crer nas Escrituras. O último grande conflito<br />

entre a verdade e o erro não é senão a luta final da prolongada controvérsia relativa à lei<br />

de Deus. Estamos agora a entrar nesta batalha -batalha entre as leis dos homens e os<br />

preceitos de Jeová, entre a religião da Bíblia e a religião das fábulas e da tradição.<br />

As forças que se unirão contra a verdade e a justiça nesta contenda, estão já a operar<br />

ativamente. A santa Palavra de Deus, que nos foi legada a tão grande preço de sofrimento<br />

e sangue, é tida em pouca conta. A Bíblia está ao alcance de todos, mas poucos há que<br />

realmente a aceitem como guia da vida. A incredulidade prevalece em assustadora<br />

proporção, não somente no mundo mas também na igreja. Muitos têm chegado a negar<br />

doutrinas que são, com efeito, as colunas da fé cristã. Os grandes fatos da criação<br />

conforme são apresentados pelos escritores inspirados, a queda do homem, a expiação, a<br />

perpetuidade da lei de Deus, são praticamente rejeitados, quer no todo, quer em parte, por<br />

vasta proporção do mundo que professa o cristianismo. Milhares que se orgulham de sua<br />

sabedoria e independência, consideram como prova de fraqueza depositar implícita<br />

confiança na Bíblia; acham que é prova de talento e saber superiores, cavilar a respeito<br />

das Escrituras Sagradas, e espiritualizar e explicar evasivamente suas mais importantes<br />

verdades. Muitos pastores estão ensinando ao povo, e muitos mestres e professores estão<br />

a instruir os estudantes, que a lei de Deus foi mudada ou ab-rogada; e os que consideram<br />

suas reivindicações ainda como válidas, devendo ser literalmente obedecidas, são<br />

julgados merecedores apenas de ridículo e desdém.<br />

Rejeitando a verdade, os homens rejeitam o seu Autor. Desprezando a lei de Deus,<br />

negam a autoridade do Legislador. É tão fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias,<br />

como talhá-lo de madeira ou pedra. Representando falsamente os atributos de Deus,<br />

Satanás leva os homens a olhá-Lo sob falso prisma. Para muitos, um ídolo filosófico é<br />

entronizado em lugar de Jeová, enquanto o Deus vivo, conforme é revelado em Sua<br />

Palavra, em Cristo e nas obras da Criação, é adorado apenas por poucos. Milhares<br />

deificam a Natureza, enquanto negam o Deus da Natureza. Posto que de forma diversa,<br />

existe hoje a idolatria no mundo cristão tão verdadeiramente como existiu entre o antigo

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