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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

Deacozes subisse ao trono com permissão dos turcos, e que os 391 anos, quinze dias,<br />

começaram no final do primeiro período, terminará no dia 11 de agosto de 1840, quando<br />

se pode esperar seja abatido o poderio otomano em Constantinopla. E isto, creio eu,<br />

verificar-se-á ser o caso.” -Josias Litch, artigo no Signs of the Times, and Expositor of<br />

Prophecy, de 1º de agosto de 1840.<br />

No mesmo tempo especificado, a Turquia, por intermédio de seus embaixadores,<br />

aceitou a proteção das potências aliadas da Europa, e assim se pôs sob a direção de<br />

nações cristãs. O acontecimento cumpriu exatamente a predição. Quando isto se tornou<br />

conhecido, multidões se convenceram da exatidão dos princípios de interpretação<br />

profética adotados por Miller e seus companheiros, e maravilhoso impulso foi dado ao<br />

movimento do advento. Homens de saber e posição uniram-se a Miller, tanto para pregar<br />

como para publicar suas opiniões, e de 1840 a 1844 a obra estendeu-se rapidamente.<br />

Guilherme Miller possuía grandes dotes intelectuais, disciplinados pela meditação e<br />

estudo; e a estes acrescentava a sabedoria do Céu, pondo-se em ligação com a Fonte da<br />

sabedoria. Era um homem de verdadeiro valor, que inspirava respeito e estima onde quer<br />

que a integridade de caráter e a excelência moral fossem apreciadas. Unindo a verdadeira<br />

bondade de coração à humildade cristã e ao poder do domínio próprio, era atento e afável<br />

para com todos, pronto para ouvir as opiniões de outrem e pesar seus argumentos. Sem<br />

paixão ou excitação, aferia todas as teorias e doutrinas pela Palavra de Deus; e seu<br />

raciocínio sadio e o profundo conhecimento das Escrituras habilitavam-no a refutar o erro<br />

e desmascarar a falsidade. Todavia, não prosseguiu ele o seu trabalho sem tenaz<br />

oposição. Como acontecera com os primeiros reformadores, as verdades que apresentava<br />

não eram recebidas favoravelmente pelos ensinadores populares da religião. Não<br />

podendo manter sua atitude pelas Escrituras, viam-se obrigados a recorrer aos ditos e<br />

doutrinas de homens, às tradições dos pais da igreja. A Palavra de Deus, porém, era o<br />

único testemunho aceito pelos pregadores da verdade do advento. “A Bíblia, e a Bíblia<br />

só”, era a sua senha. A falta de argumentos das Santas Escrituras, por parte dos<br />

oponentes, supriam-na eles pelo ridículo e o escárnio. Empregavam tempo, meios e<br />

talentos para difamar aqueles cuja única falta era esperar com alegria a volta de seu<br />

Senhor, e esforçar-se por viver vida santa e exortar aos demais a prepararem-se para o<br />

Seu aparecimento.<br />

Diligentes esforços se faziam para que o espírito do povo fosse desviado do assunto<br />

referente ao segundo advento. Procurava-se dar a impressão de que estudar as profecias<br />

que se referem à vinda de Cristo e ao fim do mundo, fosse pecado, algo de que os homens<br />

deveriam envergonhar-se. Assim, o ministério popular minava a fé na Palavra de Deus.<br />

Seu ensino tornava os homens incrédulos, e muitos tomaram a liberdade de andar<br />

conforme seus próprios desejos ímpios. Então os autores desse mal atribuíram-no todo<br />

aos adventistas. Se bem que Miller conseguisse ter casas repletas de ouvintes inteligentes

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