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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

que a Terra é o santuário, crendo que a purificação deste representava a purificação da<br />

Terra pelo fogo, à vinda do Senhor. Quando, pois, achou que o termo dos 2.300 dias<br />

estava definidamente predito, concluiu que isto revelava o tempo do segundo advento.<br />

Seu erro resultou de aceitar a opinião popular quanto ao que constitui o santuário.<br />

No cerimonial típico -sombra do sacrifício e sacerdócio de Cristo -a purificação do<br />

santuário era o último serviço realizado pelo sumo sacerdote no conjunto anual das<br />

cerimônias ministradas. Era a obra encerradora da expiação -uma remoção ou<br />

afastamento do pecado de Israel. Prefigurava a obra final no ministério de nosso Sumo<br />

Sacerdote no Céu, pela remoção ou obliteração dos pecados de Seu povo, que se achavam<br />

registrados nos relatórios celestiais. Este trabalho envolve uma investigação e um<br />

julgamento; e isto precede imediatamente a vinda de Cristo nas nuvens do céu, com<br />

poder e grande glória. Quando Ele vier, pois, todos os casos estarão decididos. Diz Jesus:<br />

“O Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apocalipse<br />

22:12. É esta obra de julgamento, que precede imediatamente a segunda vinda, que é<br />

anunciada na mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:7: “Temei a Deus, e dai-Lhe<br />

glória; porque vinda é a hora do Seu juízo.”<br />

Os que proclamaram esta advertência deram a mensagem devida no devido tempo.<br />

Mas, assim como os primitivos discípulos, baseados na profecia de Daniel 9, declararam -<br />

“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” -ao mesmo tempo em que<br />

deixaram de perceber que a morte do Messias estava predita na mesma passagem, de<br />

igual modo, Miller e seus companheiros pregaram a mensagem baseados em Daniel 8:14<br />

e Apocalipse 14:7, e deixaram de ver que havia ainda outras mensagens apresentadas em<br />

Apocalipse 14, que também deveriam ser dadas antes do advento do Senhor. Assim como<br />

os discípulos estiveram em erro quanto ao reino a ser estabelecido no fim das setenta<br />

semanas, também os adventistas se enganaram em relação ao fato a ocorrer à terminação<br />

dos 2.300 dias. Em ambos os casos houve aceitação de erros populares, ou antes, uma<br />

aderência a eles, cegando o espírito à verdade. Ambas as classes cumpriram a vontade de<br />

Deus, apresentando a mensagem que Ele desejava fosse dada, e ambas, pela sua própria<br />

compreensão errônea da respectiva mensagem, sofreram desapontamento.<br />

Não obstante, Deus cumpriu Seu misericordioso propósito, permitindo que a<br />

advertência do juízo fosse feita exatamente como o foi. O grande dia estava próximo e,<br />

pela providência divina, o povo foi provado em relação ao tempo definido, a fim de que<br />

lhes fosse manifesto o que estava em seu coração. A mensagem era destinada à prova e<br />

purificação da igreja. Esta deveria ser levada a ver se suas afeições estavam postas neste<br />

mundo ou em Cristo e no Céu. Professava amar o Salvador; deveria agora provar seu<br />

amor. Estavam os crentes dispostos a renunciar às esperanças e ambições mundanas,<br />

acolhendo com alegria o advento do Senhor? A mensagem tinha por fim habilitá-los a

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