07.04.2023 Views

A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

provas da próxima vinda de Cristo, vastas multidões escutavam silenciosas e extasiadas,<br />

as solenes palavras. O Céu e a Terra pareciam aproximar-se um do outro. O poder de<br />

Deus se fazia sentir em velhos e jovens, e nos de meia-idade. Os homens procuravam<br />

seus lares com louvores nos lábios, ressoando o som festivo no ar silencioso da noite.<br />

Pessoa alguma que haja assistido àquelas reuniões jamais poderá esquecer-se dessas<br />

cenas do mais profundo interesse.<br />

A proclamação de um tempo definido para a vinda de Cristo despertou grande<br />

oposição de muitos, dentre todas as classes, desde o pastor, no púlpito, até ao mais<br />

ousado pecador. Cumpriram-se as palavras da profecia: “Nos últimos dias virão<br />

escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a<br />

promessa de Sua vinda? porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem<br />

como desde o princípio da criação.” 2 Pedro 3:3, 4. Muitos que professavam amar ao<br />

Salvador, declaravam que não se opunham à doutrina do segundo advento; faziam<br />

objeções, unicamente, ao tempo definido. Mas os olhos de Deus, que vêem tudo, liamlhes<br />

o coração. Não desejavam ouvir acerca da vinda de Cristo para julgar o mundo com<br />

justiça. Haviam sido servos infiéis; suas obras não resistiriam à inspeção do Deus que<br />

sonda os corações, e receavam encontrar-se com o Senhor. Tais como os judeus nos dias<br />

de Cristo, não estavam preparados para recebê-Lo. Não somente se recusavam a ouvir os<br />

claros argumentos das Escrituras Sagradas, mas procuravam ridicularizar aos que<br />

aguardavam o Senhor. Satanás e seus anjos exultavam e lançavam afronta ao rosto de<br />

Cristo e dos santos anjos, por ter Seu povo professo tão pouco amor por Ele que não<br />

desejavam o Seu aparecimento.<br />

“Daquele dia e hora ninguém sabe”, era o argumento mais freqüentemente aduzido<br />

pelos que rejeitavam a fé do advento. A passagem é: “Daquele dia e hora ninguém sabe,<br />

nem os anjos do Céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai.” Mateus 24:36. Uma<br />

explicação clara e harmoniosa desta passagem era apresentada pelos que aguardavam o<br />

Senhor, e o emprego errôneo que da mesma faziam seus oponentes foi claramente<br />

demonstrado. Estas palavras foram proferidas por Cristo na memorável conversação com<br />

os discípulos, no Monte das Oliveiras, depois que Ele, pela última vez, Se afastou do<br />

templo. Os discípulos haviam feito a pergunta: “Que sinal haverá de Tua vinda e do fim<br />

do mundo?” Jesus lhes deu sinais, e disse: “Quando virdes todas estas coisas, sabei que<br />

Ele está próximo às portas.” Mateus 24:3, 33.<br />

Não se deve admitir que uma declaração do Senhor destrua outra. Conquanto<br />

ninguém saiba o dia ou a hora de Sua vinda, somos instruídos quanto à sua proximidade,<br />

e isto nos é exigido saber. Demais, é-nos ensinado que desatender à advertência ou<br />

recusar saber a proximidade do advento do Salvador, ser-nos-á tão fatal como foi aos que<br />

viveram nos dias de Noé o não saber quando viria o dilúvio. E a parábola, no mesmo<br />

capítulo, põe em contraste o servo fiel com o infiel e dá a sentença ao que disse em seu

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!