07.04.2023 Views

A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

mascara sob disfarce diverso, e as multidões o recebem tão avidamente como a princípio.<br />

Quando o povo descobriu ser o romanismo um engano, e Satanás não pôde por este<br />

agente levá-lo à transgressão da lei de Deus, compeliu-o a considerar todas as religiões<br />

como fraude e a Escritura Sagrada como fábula; e, pondo de lado os estatutos divinos,<br />

entregaram-se a desenfreada iniqüidade.<br />

O erro fatal que trouxe semelhante desgraça aos habitantes da França, foi a ignorância<br />

desta única e grande verdade: que a genuína liberdade reside dentro das prescrições da lei<br />

de Deus. “Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos! Então seria a tua paz<br />

como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar.” “Os ímpios não têm paz, disse o<br />

Senhor.” “Mas o que Me der ouvidos habitará seguramente, e estará descansado do temor<br />

do mal.” Isaías 48:18, 22; Provérbios 1:33. Ateus, incrédulos e apóstatas opunham-se à<br />

lei de Deus e acusavam-na; mas os resultados de sua influência provam que o bem-estar<br />

do homem se prende à obediência aos estatutos divinos. Os que não leram esta lição no<br />

Livro de Deus, são convidados a lê-la na história das nações.<br />

Quando Satanás agiu mediante a igreja de Roma a fim de desviar os homens da<br />

obediência, fê-lo ocultamente e com disfarce tal, que a degradação e a miséria resultantes<br />

nem foram vistas como sendo o fruto da transgressão. E seu poder foi tão grandemente<br />

contrabalançado pela operação do Espírito de Deus, que seus propósitos não lograram<br />

alcançar completa realização. O povo não ligava o efeito à causa, nem descobria a fonte<br />

de suas misérias. Na Revolução, porém, a lei de Deus foi abertamente posta de lado pelo<br />

Conselho Nacional. E no reinado do terror que se seguiu, todos puderam ver a operação<br />

de causa e efeito.<br />

Quando a França publicamente rejeitou a Deus e pôs de parte a Escritura Sagrada, os<br />

homens ímpios e os espíritos das trevas exultaram com a consecução do objetivo havia<br />

tanto acalentado -um reino livre das restrições da lei de Deus. Porque a sentença contra<br />

uma obra má não fosse imediatamente executada, o coração dos filhos dos homens ficou<br />

“inteiramente disposto para praticar o mal.” Eclesiastes 8:11. Mas da transgressão de uma<br />

lei justa e reta deve inevitavelmente resultar a miséria e ruína. Conquanto não fosse de<br />

pronto visitada com juízos, a impiedade dos homens estava, não obstante operando<br />

seguramente a sua condenação. Séculos de apostasia e crime tinham estado a acumular a<br />

ira para o dia da retribuição; e, quando se completou sua iniqüidade, os desprezadores de<br />

Deus aprenderam demasiado tarde que coisa terrível é haver esgotado a paciência divina.<br />

O moderador Espírito de Deus, que põe limite ao poder cruel de Satanás, foi removido<br />

em grande medida, permitindose que realizasse a sua vontade aquele cujo único deleite<br />

consiste na miséria humana. Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a<br />

colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a<br />

pena os descreva. Das províncias devastadas e cidades arruinadas ouviu-se um grito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!