A Grande Controvérsia
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A <strong>Grande</strong> Controversia<br />
alegres acordes, exclamando: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele<br />
nos salvará.” Isaías 25:9.<br />
Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz<br />
do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e,<br />
levantando as mãos para o céu, brada: “Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no<br />
pó, e surgi!” Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela voz, e<br />
os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do exército<br />
extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo. Do cárcere da morte vêm<br />
eles, revestidos de glória imortal, clamando: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde<br />
está,ó inferno,a tua vitória?” 1 Coríntios 15:55. E os vivos justos e os santos ressuscitados<br />
unem as vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória.<br />
Todos saem do túmulo com a mesma estatura que tinham quando ali entraram. Adão,<br />
que está em pé entre a multidão dos ressuscitados, é de grande altura e formas<br />
majestosas, de estatura pouco menor que o Filho de Deus. Apresenta assinalado contraste<br />
com o povo das gerações posteriores; sob este único ponto de vista se revela a grande<br />
degeneração da raça. Todos, porém, surgem com a louçania e vigor de eterna mocidade.<br />
No princípio o homem foi criado à semelhança de Deus, não somente no caráter, mas na<br />
forma e aspecto. O pecado desfigurou e quase obliterou a imagem divina; mas Cristo veio<br />
para restaurar aquilo que se havia perdido. Ele mudará nosso corpo vil, modelando-o<br />
conforme Seu corpo glorioso. As formas mortais, corruptíveis, destituídas de garbo,<br />
poluídas pelo pecado, tornam-se perfeitas, belas e imortais. Todos os defeitos e<br />
deformidades são deixados no túmulo. Restabelecidos à árvore da vida, no Éden há tanto<br />
tempo perdido, os remidos crescerão até à estatura completa da raça em sua glória<br />
primitiva. Os últimos traços da maldição do pecado serão removidos, e os fiéis de Cristo<br />
aparecerão “na beleza do Senhor nosso Deus”, refletindo no espírito, alma e corpo, a<br />
imagem perfeita de seu Senhor. Oh! maravilhosa redenção! Há tanto tempo objeto das<br />
cogitações, há tanto tempo esperada, contemplada com ávida expectativa, mas nunca<br />
entendida completamente!<br />
Os justos vivos são transformados “num momento, num abrir e fechar de olhos.” À<br />
voz de Deus foram eles glorificados; agora tornam-se imortais, e com os santos<br />
ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares. Os anjos “ajuntarão os<br />
Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.”<br />
Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito<br />
separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de<br />
alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus. De cada lado do carro de nuvens<br />
existem asas, e debaixo dele se acham rodas vivas; e, ao volver o carro para cima, as<br />
rodas clamam: “Santo”, e as asas, movendo-se, clamam: “Santo”, e o cortejo de anjos<br />
clama: “Santo, santo, santo, Senhor Deus todo-poderoso.” E os remidos bradam: