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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

homens de Deus nos séculos passados. Wycliffe, Huss, Lutero, Tyndale, Baxter, Wesley,<br />

insistiam em que todas as doutrinas fossem submetidas à prova da Bíblia, declarando que<br />

renunciariam a tudo que esta condenasse. Contra esses homens desencadeou-se a<br />

perseguição com fúria implacável; não cessaram todavia de declarar a verdade. Cada um<br />

dos diferentes períodos da história da igreja se tem distinguido pelo desenvolvimento de<br />

alguma verdade especial, adaptada às necessidades do povo de Deus naquele tempo.<br />

Toda nova verdade teve de enfrentar o ódio e a oposição; os que foram beneficiados por<br />

sua luz, sofreram tentações e provações. O Senhor dá ao povo uma verdade especial<br />

quando este se encontra em situação difícil. Quem ousa recusar-se a publicá-la? Ele<br />

ordena a Seus servos que apresentem o último convite de misericórdia ao mundo. Eles<br />

não podem permanecer silenciosos; a não ser com perigo de sua alma. Os embaixadores<br />

de Cristo nada têm que ver com as conseqüências. Devem cumprir seu dever e deixar os<br />

resultados com Deus.<br />

Assumindo a oposição caráter mais violento, os servos de Deus de novo ficam<br />

perplexos; pois lhes parece que eles motivaram a crise. Mas a consciência e a Palavra de<br />

Deus lhes asseguram que sua conduta é correta; e, conquanto continuem as provações,<br />

são fortalecidos para suportá-las. A luta se torna mais renhida e acirrada, mas a sua fé e<br />

coragem aumentam com o perigo. Seu testemunho é: “Não ousamos tentar alterações na<br />

Palavra de Deus, dividindo a Sua santa lei, dizendo ser essencial uma parte, e outra não,<br />

com o fito de alcançar o favor do mundo. O Senhor a quem servimos é capaz de nos<br />

livrar. Cristo venceu os poderes da Terra: arrecear-nos-emos de um mundo já vencido?”<br />

A perseguição em suas várias modalidades é o desenvolvimento de um princípio que<br />

subsistirá enquanto existir Satanás e tiver o cristianismo poder vital. Ninguém poderá<br />

servir a Deus sem atrair contra si a oposição das hostes das trevas. Anjos maus o<br />

assaltarão, alarmados de que a sua influência lhes esteja arrebatando a presa. Homens<br />

maus, reprovados pelo seu exemplo, unir-se-ão àqueles, procurando separar de Deus tal<br />

pessoa, por meio de sedutoras tentações. Quando estas não surtem o efeito esperado,<br />

recorre-se ao poder compulsório para forçar a consciência.<br />

Mas, enquanto Jesus permanece como intercessor do homem no santuário celestial, a<br />

influência repressora do Espírito Santo é sentida pelos governantes e pelo povo. Essa<br />

influência governa, ainda, até certo ponto, as leis do país. Não fossem estas, e a condição<br />

do mundo seria muito pior do que ora é. Conquanto muitos de nossos legisladores sejam<br />

ativos agentes de Satanás, Deus também tem os Seus instrumentos entre os principais<br />

homens da nação. O inimigo incita seus servos a que proponham medidas que<br />

estorvariam grandemente a obra de Deus; mas estadistas que temem o Senhor são<br />

influenciados por santos anjos para que se oponham a essas propostas, com argumentos<br />

irretorquíveis. Assim, um pequeno grupo de homens sustará poderosa corrente de males.

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