A Grande Controvérsia
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />
“E Ele firmará concerto com muitos por uma semana.” A “semana”, a que há<br />
referência aqui, é a última das setenta, são os últimos sete anos do período concedido<br />
especialmente aos judeus. Durante este tempo, que se estende do ano 27 ao ano 34 de<br />
nossa era, Cristo, a princípio em pessoa e depois pelos Seus discípulos, dirigiu o convite<br />
do evangelho especialmente aos judeus. Ao saírem os apóstolos com as boas novas do<br />
reino, a recomendação do Salvador era: “Não ireis pelos caminhos das gentes, nem<br />
entrareis em cidades de samaritanos; mas ide às ovelhas perdidas da casa de Israel.”<br />
Mateus 10:5, 6. “Na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares.”<br />
No ano 31 de nossa era, três anos e meio depois de Seu batismo, nosso Senhor foi<br />
crucificado. Com o grande sacrifício oferecido sobre o Calvário, terminou aquele sistema<br />
cerimonial de ofertas, que durante quatro mil anos haviam apontado para o Cordeiro de<br />
Deus. O tipo alcançou o antítipo, e todos os sacrifícios e ofertas daquele sistema<br />
cerimonial deveriam cessar.<br />
As setenta semanas, ou 490 anos, especialmente conferidas aos judeus, terminaram,<br />
como vimos, no ano 34. Naquele tempo, pelo ato do Sinédrio judaico, a nação selou sua<br />
recusa do evangelho, pelo martírio de Estêvão e perseguição aos seguidores de Cristo.<br />
Assim, a mensagem da salvação, não mais restrita ao povo escolhido, foi dada ao mundo.<br />
Os discípulos, forçados pela perseguição a fugir de Jerusalém, “iam por toda parte,<br />
anunciando a Palavra.” Filipe desceu à cidade de Samaria e pregou a Cristo. Pedro,<br />
divinamente guiado, revelou o evangelho ao centurião de Cesaréia, Cornélio, que era<br />
temente a Deus; e o ardoroso Paulo, ganho à fé cristã, foi incumbido de levar as alegres<br />
novas “aos gentios de longe.” Atos 8:4, 5; Atos 22:21.<br />
Até aqui, cumpriram-se de maneira surpreendente todas as especificações das<br />
profecias e fixa-se o início das setenta semanas, inquestionavelmente, no ano 457 antes<br />
de Cristo, e seu termo no ano 34 de nossa era. Por estes dados não há dificuldade em<br />
achar-se o final dos 2.300 dias. Tendo sido as setenta semanas -490 dias -separadas dos<br />
2.300 dias, ficaram restando 1.810 dias. Depois do fim dos 490 dias os 1.810 dias<br />
deveriam ainda cumprir-se. Contando do ano 34 de nossa era, 1.810 anos se estendem a<br />
1844. Conseqüentemente, os 2.300 dias de Daniel 8:14 terminam em 1844. Ao expirar<br />
este grande período profético, “o santuário será purificado”, segundo o testemunho do<br />
anjo de Deus. Deste modo foi definitivamente indicado o tempo da purificação do<br />
santuário, que quase universalmente se acreditava ocorresse por ocasião do segundo<br />
advento.<br />
Miller e seus companheiros a princípio creram que os 2.300 dias terminariam na<br />
primavera de 1844, ao passo que a profecia indicava o outono daquele ano. A<br />
compreensão errônea deste ponto trouxe desapontamento e perplexidade aos que haviam<br />
fixado a primeira daquelas datas para o tempo da vinda do Senhor. Isto, porém, não<br />
afetou nem de leve a força do argumento que mostrava terem os 2.300 dias terminado no