A Grande Controvérsia
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />
quarenta e dois meses são o mesmo que “tempo, tempos, e metade de um tempo”, três<br />
anos e meio, ou 1.260 dias, de Daniel 7, tempo durante o qual o poder papal deveria<br />
oprimir o povo de Deus. Este período, conforme se declara nos capítulos precedentes,<br />
começou com a supremacia do papado, no ano 538 de nossa era, e terminou em 1798.<br />
Nesta ocasião o papa foi aprisionado pelo exército francês, e o poder papal recebeu a<br />
chaga mortal, cumprindo-se a predição: “Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá.”<br />
Neste ponto é introduzido outro símbolo. Diz o profeta: “Vi subir da Terra outra<br />
besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro.” Apocalipse 13:11. Tanto a<br />
aparência desta besta como a maneira por que surgiu, indicam que a nação por ela<br />
representada é diferente das que são mostradas sob os símbolos precedentes. Os grandes<br />
reinos que têm governado o mundo foram apresentados ao profeta Daniel como feras<br />
rapinantes, que surgiam quando “os quatro ventos do céu combatiam no mar grande.”<br />
Daniel 7:2. Em Apocalipse 17, um anjo explicou que águas representam “povos, e<br />
multidões, e nações, e línguas”. Verso 15. Ventos são símbolos de contendas. Os quatro<br />
ventos do céu a combaterem no mar grande, representam as terríveis cenas de conquista e<br />
revolução, pelas quais os reinos têm atingido o poder.<br />
Mas a besta de chifres semelhantes aos do cordeiro foi vista a “subir da terra.” Em vez<br />
de subverter outras potências para estabelecer-se, a nação assim representada deve surgir<br />
em território anteriormente desocupado, crescendo gradual e pacificamente. Não poderia,<br />
pois, surgir entre as nacionalidades populosas e agitadas do Velho Mundo -esse mar<br />
turbulento de “povos, e multidões, e nações, e línguas.” Deve ser procurada no Ocidente.<br />
Que nação do Novo Mundo se achava em 1798 ascendendo ao poder, apresentando<br />
indícios de força e grandeza, e atraindo a atenção do mundo? A aplicação do símbolo não<br />
admite dúvidas. Uma nação, e apenas uma, satisfaz às especificações desta profecia; esta<br />
aponta insofismavelmente para os Estados Unidos da América do Norte. Reiteradas<br />
vezes, ao descreverem a origem e o crescimento desta nação, oradores e escritores têm<br />
emitido inconscientemente o mesmo pensamento e quase que empregado as mesmas<br />
palavras do escritor sagrado. A besta foi vista a “subir da terra”; e, segundo os tradutores,<br />
a palavra aqui traduzida “subir” significa literalmente “crescer ou brotar como uma<br />
planta.”<br />
E, como vimos, a nação deveria surgir em território previamente desocupado. Escritor<br />
preeminente, descrevendo a origem dos Estados Unidos, fala do “mistério de sua<br />
procedência do nada” (G. A. Towsend, O Novo Mundo Comparado com o Velho), e diz:<br />
“Semelhando a semente silenciosa, desenvolvemo-nos em império.” Um jornal europeu,<br />
em 1850, referiu-se aos Estados Unidos como um império maravilhoso, que estava<br />
“emergindo” e “no silêncio da terra aumentando diariamente seu poder e orgulho.” -The<br />
Dublin Nation. Eduardo Everett, em discurso sobre os peregrinos, fundadores desta<br />
nação, disse: “Procuraram um local afastado, inofensivo por sua obscuridade, e seguro