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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

Dr. Hopkins, no “Tratado Sobre o Milênio”, declara: “Não há motivo para se considerar o<br />

espírito e prática anticristãos como sendo restritos ao que hoje se chama a Igreja de<br />

Roma. Nas igrejas protestantes muito se encontra do anticristo, e longe estão de se<br />

acharem completamente reformadas das ... corrupções e impiedade.” -Obras, Samuel<br />

Hopkins.<br />

Com respeito à separação da Igreja Presbiteriana da de Roma, escreve o Dr. Guthrie:<br />

“Há trezentos anos, nossa igreja, com uma Bíblia aberta em seu estandarte, e ostentando<br />

esta divisa -‘Examinai as Escrituras’ -saiu das portas de Roma.” Faz logo a significativa<br />

pergunta: “Saíram de Babilônia limpos?” -O Evangelho em Ezequiel, de John Guthrie.<br />

“A Igreja Anglicana”,diz Spurgeon,“parece estar profundamente minada pelo<br />

sacramentarismo; mas os dissidentes parecem quase tão contaminados pela incredulidade<br />

filosófica quanto ela. Aqueles de quem esperávamos melhores coisas estão se desviando,<br />

um a um, dos fundamentos da fé. O coração da Inglaterra mesmo, creio eu, está<br />

completamente carcomido por uma condenável incredulidade, que ousa todavia ir ao<br />

púlpito e intitular-se cristã.”<br />

Qual foi a origem desta grande apostasia? Como, a princípio, se afastou a igreja da<br />

simplicidade do evangelho? Conformando-se com as práticas do paganismo, a fim de<br />

facilitar a aceitação da doutrina cristã pelos pagãos. O apóstolo Paulo, em seus dias<br />

declarou: “Já o mistério da injustiça opera.” 2 Tessalonicenses 2:7. Durante a vida dos<br />

apóstolos a Igreja permaneceu relativamente pura. Mas, “pelo fim do século II, a maioria<br />

das igrejas tomou nova forma; desapareceu a primitiva simplicidade, e, insensivelmente,<br />

ao baixarem ao túmulo os velhos discípulos, seus filhos, juntamente com os novos<br />

conversos, ... puseram-se à frente da causa e lhe deram novo molde.” -Pesquisas<br />

Eclesiásticas, Roberto Robinson. Para conseguir conversos, aviltou-se o elevado<br />

estandarte da fé cristã, e, como resultado, “uma inundação pagã, invadindo a igreja,<br />

trouxe consigo seus costumes, práticas e ídolos.” -Conferências de Gavazzi. Como o<br />

cristianismo conseguisse o favor e apoio dos príncipes seculares, foi nominalmente aceito<br />

pelas multidões; mas, conquanto muitos se intitulassem cristãos, “na realidade<br />

permaneciam no paganismo, e, especialmente em segredo, adoravam os ídolos.” -Ibidem.<br />

Não se tem repetido o mesmo caso em quase todas as igrejas que se intitulam<br />

protestantes? Com o desaparecimento dos fundadores, dos que possuíam o verdadeiro<br />

espírito de reforma, seus descendentes põem-se na dianteira e “dão novo molde à causa.”<br />

Embora se apeguem cegamente ao credo dos pais, e se recusem a aceitar qualquer<br />

verdade além da que lhes foi dada conhecer, os filhos dos reformadores se afastam<br />

grandemente do exemplo paterno de humildade, abnegação e renúncia do mundo. Assim,<br />

“a primitiva simplicidade desaparece.” Um dilúvio de mundanismo invade a igreja e<br />

“leva consigo seus costumes, práticas e ídolos”.

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