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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

Capitulo 32 - Decepções Perigosas<br />

O grande conflito entre Cristo e Satanás, que tem prosseguido durante quase seis mil<br />

anos, logo deve terminar; e o maligno redobra seus esforços para frustrar a obra de Cristo<br />

em prol do homem, e prender as almas em suas ciladas. Reter o povo em trevas e<br />

impenitência, até que termine a mediação do Salvador e não mais haja sacrifício pelo<br />

pecado, é o objetivo que ele procura realizar.<br />

Não se fazendo um esforço especial para resistir ao seu poder, prevalecendo a<br />

indiferença na igreja e no mundo, Satanás não se preocupa; pois que não se acha em<br />

perigo de perder os que está levando em cativeiro, à sua vontade. Mas ao ser chamada a<br />

atenção para as coisas eternas, e almas indagarem: “Que é necessário que eu faça para me<br />

salvar?” ele está a postos, procurando opor seu poder ao de Cristo, e neutralizar a<br />

influência do Espírito Santo. As Escrituras declaram que em certa ocasião, em que os<br />

anjos de Deus foram apresentar-se perante o Senhor, Satanás foi também entre eles (Jó<br />

1:6), não para curvar-se perante o Rei eterno, mas para favorecer seus maldosos intentos<br />

contra os justos. Com o mesmo objetivo está ele presente quando os homens se<br />

congregam para o culto a Deus.<br />

Posto que oculto das vistas, está ele a trabalhar com toda a diligência para dirigir o<br />

espírito dos adoradores. Semelhante a um hábil general, formula de antemão seus planos.<br />

Vendo ele o mensageiro de Deus examinando as Escrituras, toma nota do assunto a ser<br />

apresentado ao povo. Emprega então todo o seu engano e astúcia no sentido de amoldar<br />

as circunstâncias, a fim de que a mensagem não atinja aqueles a quem ele está enganando<br />

a respeito daquele mesmo ponto. Alguém que mais necessite da advertência estará<br />

empenhado em alguma transação comercial, que requer a sua presença ou de algum outro<br />

modo será impedido de ouvir as palavras que se lhe poderiam demonstrar um cheiro de<br />

vida para vida. Outrossim, vê Satanás os servos do Senhor opressos por causa das trevas<br />

espirituais que envolvem o povo. Ouve suas fervorosas orações rogando graça e poder<br />

divinos para quebrar a fascinação da indiferença, descuido e apatia. Então, com renovado<br />

zelo desenvolve suas artimanhas. Tenta os homens à satisfação do apetite ou a alguma<br />

outra forma de condescendência própria, embotando assim a sua sensibilidade, de<br />

maneira que deixem de ouvir precisamente as coisas que mais necessitam aprender.<br />

Satanás bem sabe que todos quantos ele puder levar a negligenciar a oração e o exame<br />

das Escrituras, serão vencidos por seus ataques. Portanto, inventa todo artifício possível<br />

para ocupar a mente. Sempre houve uma classe que, mostrando-se embora muito<br />

piedosos, ao invés de prosseguir no conhecimento da verdade, fazem consistir sua<br />

religião em procurar algum defeito de caráter ou erro de fé naqueles com quem não<br />

concordam. Tais pessoas são a mão direita de Satanás. Os acusadores dos irmãos não são<br />

poucos; e estão sempre em atividade quando Deus está a operar e Seus servos Lhe estão

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