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A Grande Controvérsia

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...

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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />

consciência, são erro dos mais perniciosos -uma peste que, dentre todas as outras, mais<br />

deve ser temida no Estado.’ O mesmo papa, na encíclica de 8 de dezembro de 1864,<br />

anatematizou ‘os que defendem a liberdade de consciência e de culto’ e também ‘todos os<br />

que afirmam que a igreja não pode empregar a força.’<br />

“O tom pacífico usado por Roma nos Estados Unidos não implica mudança de<br />

coração. É tolerante onde é impotente. Diz o Bispo O’Connor: ‘A liberdade religiosa é<br />

meramente suportada até que o contrário possa ser levado a efeito sem perigo para o<br />

mundo católico.’ ... O arcebispo de St. Louis, Estados Unidos, disse certa vez: ‘A heresia<br />

e a incredulidade são crimes; e em países cristãos como a Itália e a Espanha, por<br />

exemplo, onde todo o povo é católico, e onde a religião católica é parte essencial da lei da<br />

nação, são elas punidas como os outros crimes.’ ... “Todo cardeal, arcebispo e bispo da<br />

Igreja Católica, presta para com o papa um juramento de fidelidade em que ocorrem as<br />

seguintes palavras: ‘Combaterei os hereges, cismáticos e rebeldes ao dito senhor nosso (o<br />

papa), ou seus sucessores, e persegui-los-ei com todo o meu poder.’” -Our Country, do<br />

Dr. Josias Strong.<br />

É certo que há verdadeiros cristãos na comunhão católicoromana. Milhares na dita<br />

igreja estão servindo a Deus segundo a melhor luz que possuem. Não se lhes permite<br />

acesso à Sua Palavra, e, portanto, não distinguem a verdade. Nunca viram o contraste<br />

entre um verdadeiro culto prestado de coração e um conjunto de meras formas e<br />

cerimônias. Deus olha para essas almas com compadecida ternura, educadas como são<br />

em uma fé que é ilusória e não satisfaz. Fará com que raios de luz penetrem as densas<br />

trevas que as cercam. Revelar-lhes-á a verdade como é em Jesus, e muitos ainda se unirão<br />

ao Seu povo.<br />

Mas o romanismo, como sistema não se acha hoje em harmonia com o evangelho de<br />

Cristo mais do que em qualquer época passada de sua história. As igrejas protestantes<br />

estão em grandes trevas, pois do contrário discerniriam os sinais dos tempos. São de<br />

grande alcance os planos e modos de operar da Igreja de Roma. Emprega todo expediente<br />

para estender a influência e aumentar o poderio, preparando-se para um conflito feroz e<br />

decidido a fim de readquirir o domínio do mundo, restabelecer a perseguição e desfazer<br />

tudo que o protestantismo fez. O catolicismo está a ganhar terreno de todos os lados.<br />

Vede o número crescente de suas igrejas e capelas nos países protestantes. Notai a<br />

popularidade de seus colégios e seminários na América do Norte, tão extensamente<br />

patrocinados pelos protestantes. Pensai no crescimento do ritualismo na Inglaterra, e nas<br />

freqüentes deserções para as fileiras dos católicos. Estas coisas deveriam despertar a<br />

ansiedade de todos os que prezam os puros princípios do evangelho.<br />

Os protestantes têm-se intrometido com o papado, patrocinandoo; têm usado de<br />

transigência e feito concessões que os próprios romanistas se surpreendem de ver e não

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