A Grande Controvérsia
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
“Rejeitemos esse decreto”, disseram os príncipes. “Em assuntos de consciência, a maioria não tem poder.” Proteger a liberdade de consciência é dever do Estado, e isto é o limite de sua autoridade em matéria de religião. Todo governo secular que tente legislar sobre observâncias religiosas, ou impô-las pela autoridade civil, está a sacrificar o próprio princípio pelo qual muitas pessoas tão nobremente lutaram. “Os princípios contidos nesse célebre protesto... constituem a própria essência do protestantismo. Ora, este protesto se opõe a dois abusos do homem em matéria de fé: o primeiro é a intromissão do magistrado civil, e o segundo a autoridade arbitrária da igreja. Em lugar desses abusos, coloca o protestantismo o poder da consciência acima do magistrado, e a autoridade da Palavra de Deus sobre a igreja visível. Em primeiro lugar rejeita o poder civil em assuntos divinos, e diz com os profetas e apóstolos. Os protestantes haviam, demais, afirmado seu direito de livremente proferir suas convicções sobre a verdade. Não haveriam de crer e obedecer somente, mas também ensinar o que a Palavra de Deus apresenta, e negavam ao padre ou magistrado, o direito de intervir. O protesto de Espira foi um testemunho solene contra a intolerância religiosa, e uma afirmação do direito de todos os homens de adorarem a Deus segundo os ditames de sua própria consciência...
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A <strong>Grande</strong> Controversia<br />
Capitulo 29 - Por que Existe o Sofrimento?<br />
Para muitos espíritos, a origem do pecado e a razão de sua existência são causa de<br />
grande perplexidade. Vêem a obra do mal, com seus terríveis resultados de miséria e<br />
desolação, e põem em dúvida como tudo isso possa existir sob o reinado de um Ser que é<br />
infinito em sabedoria, poder e amor. Eis um mistério, para o qual não encontram<br />
explicação. E, em sua incerteza e dúvida, tornam-se cegos para verdades plenamente<br />
reveladas na Palavra de Deus, e essenciais à salvação. Existem os que, em suas pesquisas<br />
concernentes à existência do pecado, se esforçam por esquadrinhar aquilo que Deus<br />
nunca revelou; por isso não encontram solução para suas dificuldades; e os que mostram<br />
tal disposição para a dúvida e astúcia, aproveitam-se disto como desculpa para rejeitar as<br />
palavras das Sagradas Escrituras. Outros, entretanto, deixam de ter uma compreensão<br />
satisfatória a respeito do grande problema do mal, devido a terem a tradição e a<br />
interpretação errônea obscurecido o ensino da Bíblia relativo ao caráter de Deus, à<br />
natureza de Seu governo, e aos princípios que regem Seu trato com o pecado.<br />
É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência.<br />
Todavia, bastante se pode compreender em relação à origem, bem como à disposição<br />
final do pecado, para que se faça amplamente manifesta a justiça e benevolência de Deus<br />
em todo o Seu trato com o mal. Nada é mais claramente ensinado nas Escrituras do que o<br />
fato de não haver sido Deus de maneira alguma responsável pela manifestação do<br />
pecado; e de não ter havido qualquer retirada arbitrária da graça divina, nem deficiência<br />
no governo divino, para que dessem motivo ao irrompimento da rebelião. O pecado é um<br />
intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável;<br />
desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou<br />
mostrar-se causa para a sua existência, deixaria de ser pecado. Nossa única definição de<br />
pecado é a que é dada na Palavra de Deus; é: “quebrantamento da lei”; é o efeito de um<br />
princípio em conflito com a grande lei do amor, que é o fundamento do governo divino.<br />
Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o Universo. Tudo estava<br />
em perfeita harmonia com a vontade do Criador. O amor a Deus era supremo; imparcial,<br />
o amor de uns para com outros. Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o<br />
eterno Pai -um na natureza, no caráter e no propósito -e o único Ser em todo o Universo<br />
que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus. Por Cristo, o Pai efetuou a criação<br />
de todos os seres celestiais. “NEle foram criadas todas as coisas que há nos céus ... sejam<br />
tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades” (Colossenses 1:16); e<br />
tanto para com Cristo, como para com o Pai, todo o Céu mantinha lealdade.<br />
Sendo a lei do amor o fundamento do governo de Deus, a felicidade de todos os seres<br />
criados dependia de sua perfeita harmonia com seus grandes princípios de justiça. Deus<br />
deseja de todas as Suas criaturas serviço de amor -homenagem que brote de uma