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1987 - Projeto de Constituiçao angustia o país

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empresarial – nem sobre as soluções técnicas a serem dadas a esses problemas. Pois, enquanto<br />

meramente temporais todas essas matérias estão fora <strong>de</strong> sua alçada”.<br />

E o vigário nada terá a fazer senão disfarçar o seu embaraço, encolher <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente os<br />

ombros... e calar-se.<br />

* * *<br />

Dando tanto realce à tríplice Reforma, nestas páginas finais <strong>de</strong> um livro que levanta reparos<br />

a outros tantos dispositivos <strong>de</strong> capital importância do Substitutivo Cabral 2, como sejam os prejuízos<br />

causados ao matrimônio legítimo e à família, à multiplicação da espécie, ao livre exercício da<br />

profissão médica, à organização do ensino etc. (cfr. Parte IV, Cap. I), não se preten<strong>de</strong> que a<br />

ilegitimida<strong>de</strong> e nocivida<strong>de</strong> da Reforma Agrária, da Urbana e da Empresarial sejam maiores do que a<br />

dos referidos dispositivos.<br />

Acontece entretanto que aquelas Reformas trazem todos os outros dispositivos no bojo.<br />

Com efeito, a supressão da proprieda<strong>de</strong> privada e da livre iniciativa acarreta logicamente a<br />

aniquilação do matrimônio e da família legítima, e o conseqüente regime <strong>de</strong> “liberda<strong>de</strong> sexual”<br />

infrene conduz necessariamente ao aborto, ao divórcio etc. E a estatização da agricultura, da indústria<br />

e do comércio tem como corolário forçoso a estatização da medicina e a do ensino, e assim por diante.<br />

* * *<br />

Quando estas injustiças em série sobrevierem, ao longo do verda<strong>de</strong>iro ciclone nacional em<br />

que importará a implantação em cadência das três Reformas, os ministérios competentes, o Palácio<br />

do Planalto e quiçá o próprio Palácio da Alvorada, residência do sr. Presi<strong>de</strong>nte da República, terão os<br />

telefones a tilintar incessantemente ao longo dos dias e noites a<strong>de</strong>ntro. Do Brasil inteiro as autorida<strong>de</strong>s<br />

locais, perplexas com o impacto <strong>de</strong>sse ciclone, perguntarão sem cessar: que fazer? Que fazer? Que<br />

fazer?<br />

Estará criado o impasse, em todos os lugares do território nacional, em que brasileiros<br />

labutam e produzem.<br />

A saída para tudo isso, os Po<strong>de</strong>res Públicos e a Nação se porão a procurá-la, percorrendo<br />

todo um mar <strong>de</strong> hipóteses e <strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong>s, no qual mais provavelmente... não encontrarão saída<br />

alguma.<br />

Juridicamente, será impossível <strong>de</strong>clarar sem efeito as <strong>de</strong>cisões da Constituinte, sem que se<br />

<strong>de</strong>scambe para um golpe <strong>de</strong> Estado cruento ou incruento. Mas que a <strong>de</strong>magogia <strong>de</strong> certas esquerdas<br />

tudo fará para tornar cruento.<br />

Quem, como nós, <strong>de</strong> toda alma <strong>de</strong>seja que tal não se dê, outra coisa não po<strong>de</strong>rá fazer senão<br />

prever e avisar.<br />

Pois, caso os acontecimentos envere<strong>de</strong>m por aí, ter-se-á transposto o sinistro limiar do<br />

absurdo. E, a partir daí, será tar<strong>de</strong> para fazer previsões.<br />

* * *<br />

A TFP não tenta, pois, respon<strong>de</strong>r a estas perguntas, pois nascem <strong>de</strong> uma situação caótica que<br />

o fanatismo reformista terá tornado insolúvel.<br />

Prefere ela concluir dando resposta a uma outra pergunta que ninguém lhe fez, mas que nasce<br />

no espírito <strong>de</strong> seus diretores, sócios, cooperadores e correspon<strong>de</strong>ntes existentes em cerca <strong>de</strong> cem<br />

localida<strong>de</strong>s do País, a partir do amor ao Brasil e à civilização cristã que os move, a cujo serviço<br />

<strong>de</strong>dicaram suas existências, as quais, para vários, o suce<strong>de</strong>r dos anos, dos trabalhos e das lutas vai<br />

tornando tão longas. A pergunta é esta:<br />

- Há algo a fazer para que, alertados os brasileiros sobre o perigo rumo ao qual <strong>de</strong>spenhamos,<br />

seja possível obviá-lo <strong>de</strong>ntro da lei, pelo concerto geral dos espíritos clarivi<strong>de</strong>ntes, cautos e ágeis?<br />

A resposta afirmativa da TFP consiste na Proposta que atrás fica consignada.<br />

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