1987 - Projeto de Constituiçao angustia o país
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• A partir <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> outubro, e até três dias antes da eleições <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> novembro, a TFP se<br />
empenhou na difusão do opúsculo No Brasil: a Reforma Agrária leva a miséria ao campo e à cida<strong>de</strong>,<br />
no qual o autor do presente trabalho historia e analisa <strong>de</strong>tidamente os vários lances da investida agroreformista<br />
que vem abalando o Brasil, bem como a eficaz contra-ação que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, lhe opôs a<br />
TFP. Nele se adverte especialmente a classe rural sobre a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> certos lí<strong>de</strong>res que preten<strong>de</strong>m<br />
combater a Reforma Agrária radical, pleiteando uma Reformar Agrária mo<strong>de</strong>radamente... socialista<br />
e confiscatória. Ou seja, uma Reforma Agrária que poupe as terras produtivas, mas exproprie as terras<br />
privadas atualmente não aproveitadas – o que é <strong>de</strong> todo injustificável, tendo em vista a imensida<strong>de</strong><br />
das terras públicas ociosas existentes no Brasil.<br />
• Ainda a respeito da Reforma Agrária, o autor <strong>de</strong>ste trabalho publicou os seguintes artigos<br />
na “Folha <strong>de</strong> S. Paulo”: Polvorosa, se não pólvora..., 25-2-86; Invasões, reforma agrária e temas<br />
conexos, 21-4-86; Menti, menti... 23-5-86; Constituinte sem plebiscito – inautenticida<strong>de</strong>, 20-6-86;<br />
Jogadazinha ardilosa, cândida e risível, 24-10-86; Os semi-agro-reformistas – esses inocentes<br />
úteis, 5-11-86. Por iniciativa da TFP, esses artigos foram reproduzidos em diversos órgãos <strong>de</strong><br />
imprensa <strong>de</strong> todo o País, e distribuídos em folhas avulsas pelas caravanas <strong>de</strong> propagandistas da<br />
entida<strong>de</strong>.<br />
• A Comissão <strong>de</strong> Estudos Econômicos da TFP elaborou um documento em que foi<br />
<strong>de</strong>tidamente analisado o projeto <strong>de</strong> lei chamado “do uso do solo e do <strong>de</strong>senvolvimento urbano”, por<br />
força do qual o Executivo ficaria com po<strong>de</strong>res para fazer no Brasil uma verda<strong>de</strong>ira Reforma Urbana,<br />
ferindo gravemente o direito <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> e prejudicando a fundo a livre iniciativa. O estudo<br />
assinalou que o projeto governamental era dirigista e estatizante, e vinha <strong>de</strong>sacompanhado <strong>de</strong> dados<br />
e estudos suficientes para justificar a drástica transformação, ali pleiteada, do uso do solo urbano no<br />
Brasil. O documento, elaborado a pedido da Construtora Adolpho Lin<strong>de</strong>nberg, foi apresentado por<br />
essa conhecida empresa paulista no 44 º Encontro Nacional da Indústria <strong>de</strong> Construção, realizado <strong>de</strong><br />
20 a 22 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1986, em Curitiba.<br />
Capítulo VIII – Falta legitimida<strong>de</strong> à atual Constituinte para inscrever<br />
na Carta Magna o pensamento autêntico da Nação<br />
A geral carência <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> das últimas eleições impõe uma constatação prenhe<br />
das mais fundas conseqüências: à atual Constituinte falta legitimida<strong>de</strong> para inscrever na Carta Magna<br />
o pensamento autêntico da nação.<br />
1 . A in<strong>de</strong>cisão venceu as eleições<br />
O número <strong>de</strong> in<strong>de</strong>cisos, em vez <strong>de</strong> diminuir à medida que as eleições se aproximavam (como<br />
geralmente ocorre), em certos casos até aumentou.<br />
São muito expressivos, nesse sentido, os dados fornecidos por “O Globo” (2-11-86) para o<br />
Estado do Rio, e que valem, <strong>de</strong> modo geral, para todo o Brasil:<br />
3 milhões e 90 mil eleitores in<strong>de</strong>finidos, parcela, <strong>de</strong> acordo com o Ibope, correspon<strong>de</strong> a 43<br />
por cento do eleitorado. É preciso ter cuidado: in<strong>de</strong>finido não é in<strong>de</strong>ciso. O eleitor in<strong>de</strong>finido ainda<br />
não <strong>de</strong>cidiu o seu voto, po<strong>de</strong> ter preferência por algum candidato, mas é suscetível a mudanças <strong>de</strong><br />
opinião. O in<strong>de</strong>ciso também não <strong>de</strong>cidiu em quem vai votar, mas não tem nenhuma preferência. Hoje,<br />
segundo o Ibope, os in<strong>de</strong>cisos giram em torno <strong>de</strong> 8 por cento do eleitorado, ou seja são 576 mil<br />
fluminenses.<br />
O maior percentual <strong>de</strong> in<strong>de</strong>finidos está no interior. 50 por cento dos eleitores <strong>de</strong>ssa região<br />
ainda não escolheram <strong>de</strong>finitivamente seu candidato. Na periferia do Rio, ... chega a 43 por cento;<br />
na capital esta porcentagem <strong>de</strong>sce para 38 pontos.<br />
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