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Edição Nº 19 - Uneb

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Léa Austrelina Ferreira Santos<br />

cativos para as populações de origens étnicoculturais<br />

distintas se multiplicam.<br />

Apelo, dessa forma, para a sensibilidade dos<br />

educadores que, a partir de então, estarão imbuídos<br />

da tarefa de elaborar esses currículos.<br />

Espero que a compreensão da dinâmica existencial<br />

da música Alabê na vida dos jovens e a<br />

linguagem pedagógica do Odemodé possa inspirar<br />

as ações desses educadores.<br />

A perspectiva desenvolvida pelo PRODESE,<br />

de ênfase na urgência de propostas de<br />

descolonização e de afirmação da nossa diversidade<br />

cultural, configura-se como essencial no<br />

nosso contexto baiano e nordestino para a concepção<br />

de currículos pluriculturais.<br />

A afirmação de Frantz Fanon, inspiradora<br />

do PRODESE, é bastante significativa nesse<br />

sentido:<br />

... a descolonização jamais passa despercebida<br />

porque atinge o ser, modifica fundamentalmente<br />

o ser; transforma espectadores sobrecarregados<br />

de inessencialidade em atores privilegiados, colhidos<br />

de modo quase grandioso pela roda vida<br />

da história. Introduz no ser um ritmo próprio,<br />

transmitido por homens novos, uma nova linguagem,<br />

uma nova humanidade. A descolonização<br />

é em verdade, criação de homens novos.<br />

Há portanto na descolonização a exigência<br />

de um reexame integral da situação colonial<br />

(FANON, apud LUZ, 2000, p. 8).<br />

A Lei está aí, mas se ela vai favorecer para<br />

revertermos a situação “colonial” na qual está<br />

imersa a nossa sociedade e suas instituições<br />

ainda é uma dúvida. Afirmarmos uma outra história<br />

é a grande questão que deixo em aberto,<br />

mas independentemente da Lei, é possível criar<br />

uma perspectiva de “Descolonização e Educação”<br />

e a “Juventude do Odemodé”, em sua<br />

dinâmica curricular e comunitária, pulsa e vive<br />

isso o tempo todo.<br />

Onilewa alabê Konko!<br />

REFERÊNCIAS<br />

LUZ, Marco Aurélio. Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira. Salvador: Centro Editorial e Didática<br />

da UFBa: Sociedade de Estudos das Culturas e da Cultura Negra no Brasil, <strong>19</strong>95 .<br />

LUZ, Narcimária C.do P. Abebe: a criação de novos valores na Educação. Salvador: SECNEB, 2000. (Coleção<br />

Communitates Mundi)<br />

_____. Odara: os contos de Mestre Didi. Revista da FAEEBA, Salvador, n. 9, p.37-46, jan./jun., <strong>19</strong>98.<br />

_____. Editorial. Sementes: caderno de pesquisa. Salvador, v. 1, n.1/2, p. 8-9, jan./dez., 2000.<br />

_____. Editorial. Sementes: caderno de pesquisa. Salvador, v. 2, n.3/4, p. 8-9, jan./dez., 2001.<br />

_____. Editorial. Sementes: caderno de pesquisa. Salvador, v. 3, n.5/6, p. 8-9, jan./dez., 2002.<br />

SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nagô e a morte: Pàdê, Asésé e o culto Égun na Bahia. Petrópolis: Vozes,<br />

<strong>19</strong>86.<br />

_____ ; SANTOS, Deoscóredes dos. O culto aos ancestrais na Bahia: o culto Egun. In: _____. Olóorisá:<br />

escritos sobre a religião dos orixás. São Paulo, SP: Ágora, <strong>19</strong>81. p. 155-188.<br />

SODRÉ, Muniz. O Terreiro e a Cidade: a forma social negro-brasileira. Petrópolis: Vozes, <strong>19</strong>88.<br />

SCHWARTSMAN, Hélio. A escola, o racismo e a Ilíada. Pensata: Folha de São Paulo. Disponível em http:/<br />

/folhaonline.com.br/, acessado em 23.01.03.<br />

Recebido em 28.05.03<br />

Aprovado em 24.07.03<br />

Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. <strong>19</strong>, p. 99-111, jan./jun., 2003<br />

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