Edição Nº 19 - Uneb
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iniciativa de publicar cinco deles neste número da Revista da FAEEBA tem<br />
como objetivo não apenas registrar a realização do evento, mas, principalmente,<br />
trazer o debate para o público da Revista e dar início, assim, às ações<br />
no espírito da Lei 10.639 de janeiro de 2003.<br />
Os cinco textos são: O acesso de negros às universidades públicas, de<br />
Antonio Sérgio Alfredo Guimarães; Relações econômicas no Atlântico Sul:<br />
evolução no início do século XXI, de José Manuel Gonçalves; Angola pósguerra:<br />
novos e velhos desafios, de José Octávio Serra Van-Dúnem; Conexão<br />
atlântica: história, memória e identidade, de Ubiratan Castro de<br />
Araújo; Valores civilizatórios afro-brasileiros, políticas educacionais e<br />
currículos escolares, de Wilson Roberto de Mattos.<br />
Finalmente, para encerrar esta apresentação, cabe uma palavra sobre o<br />
Programa Descolonização e Educação – PRODESE. Criado em <strong>19</strong>99, no âmbito<br />
do Departamento de Educação I, o programa desenvolve produções acadêmico-científicas<br />
no contexto da diversidade étnico-cultural das Américas. Essas<br />
produções vêm fomentando pesquisas, estudos e atividades de ensino e extensão,<br />
baseados numa ética que permita a garantia da coexistência e expressão<br />
territorial dos contínuos civilizatórios que caracterizam esse continente.<br />
O programa agrega estudiosos e pesquisadores que produzem participações<br />
criativas, com vistas a superar os paradigmas neocoloniais e etnocêntricos<br />
que estruturam a política de educação no Brasil, além de elaborar e difundir<br />
conhecimentos sobre educação no que se refere às alteridades civilizatórias<br />
que constituem a formação social brasileira.<br />
Quando adotamos o conceito de descolonização, nos inspiramos um pouco<br />
na perspectiva de Frantz Fanon (Os condenados da Terra. Rio de Janeiro,<br />
RJ: Civilização Brasileira, <strong>19</strong>68, p.21) de que: “... a descolonização jamais<br />
passa despercebida porque atinge o ser, modifica fundamentalmente o ser,<br />
transforma espectadores sobrecarregados de inessencialidade em atores privilegiados,<br />
colhidos de modo quase grandioso pela roda viva da história. Introduz<br />
no ser um ritmo próprio, transmitido por homens novos, uma linguagem,<br />
uma nova humanidade. A descolonização é, em verdade, criação de<br />
homens novos. Há portanto na descolonização a exigência de um reexame<br />
integral da situação colonial.”<br />
Descolonização e Educação é uma iniciativa que procura restituir aos descendentes<br />
das populações aborígines e africanas a compreensão e a dignidade<br />
de seu sistema de pensamento, de sua alteridade própria, civilização, elaborações<br />
intelectuais e estratégias políticas positivas de ação .<br />
O programa abriga atividades de ensino, pesquisa e extensão que se alimentam<br />
do complexo sistema simbólico africano e aborígine, o qual levou<br />
Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. <strong>19</strong>, p. 11-16, jan./jun., 2003<br />
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