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Edição Nº 19 - Uneb

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Relações econômicas no Atlântico Sul: evolução no início do século XXI<br />

O diretor-geral do ministério do Comércio e<br />

Industria da África do Sul, na sua resposta, forneceu<br />

duas indicações importantes: ainda não<br />

há decisões concretas em nível de produtos, mas,<br />

até final deste ano, o acordo na generalidade já<br />

deverá revelar seu perfil; nesse sentido, o governo<br />

da África do Sul sabe da existência de<br />

reservas na área agrícola, mas chama a atenção<br />

para as vantagens que considera existirem<br />

para o conjunto da economia.<br />

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento,<br />

Indústria e Comércio Exterior do Brasil<br />

(MDCI, 2002), as exportações brasileiras<br />

para a África do Sul, no ano 2000, progrediram<br />

27,37% em relação a <strong>19</strong>99, tendo as importações<br />

acusado um movimento de subida em<br />

32,15%. O ano de <strong>19</strong>99 não representa um bom<br />

termo de comparação por ter sido um dos mais<br />

baixos em toda a década de 90, sobretudo no<br />

que se refere às exportações sul-africanas.<br />

No ano 2000, estas exportações situam-se,<br />

apesar da recuperação relativa ao ano anterior,<br />

em cerca de 50% inferiores a <strong>19</strong>96.<br />

Em 2001 o Brasil aumentou em 40,28% suas<br />

vendas para a África do Sul, graças em larga<br />

medida aos aviões Embraer, que naquele ano<br />

constituíram o primeiro item. Esse ano foi o<br />

ponto mais alto nas exportações do Brasil para<br />

a África do Sul em vinte anos.<br />

As exportações sul-africanas em 2001 tiveram<br />

crescimento anualizado de 25,55%, o que<br />

já revela uma tendência para se aproximar dos<br />

melhores desempenhos da década anterior.<br />

As trocas entre os dois países continuaram<br />

assentes em material de transporte do Brasil e<br />

produtos de origem mineral sul-africana.<br />

A mesma fonte (MDIC, 2002) revela que<br />

as exportações do Brasil para Angola, em 2000,<br />

aumentaram 65,78% em relação ao ano anterior,<br />

continuando sua progressão em 2001 de<br />

33,58%, aproximando-se dos níveis de <strong>19</strong>94 –<br />

os mais altos da década de 90.<br />

As exportações angolanas para o mercado<br />

brasileiro subiram 17,15% em 2000 e 457,27%<br />

em 2001, ano em que a balança comercial bilateral<br />

foi favorável a Angola e atingiu o ponto<br />

mais alto das exportações com este destino<br />

desde <strong>19</strong>88.<br />

Os produtos vendidos pelo Brasil foram sobretudo<br />

do setor alimentar e de material de transporte,<br />

enquanto que a exportação angolana é<br />

constituída por petróleo, não se incluindo, nas<br />

porcentagens referidas, os carregamentos destinados<br />

à cobertura da dívida anterior.<br />

As trocas da África do Sul com a Argentina<br />

estão em baixa desde <strong>19</strong>98, sendo a balança<br />

favorável à Argentina em 2000 (INDEC, 2001).<br />

Os montantes, em ambos os sentidos, nesse ano,<br />

foram significativamente inferior às trocas com<br />

o Brasil, como se vê nos quadros anexos.<br />

No caso Argentina-Angola, houve subida no<br />

comércio em 2000, mas com totais pouco relevantes.<br />

Fazendo uma adição do movimento registrado<br />

em 2000, os dois países africanos exportaram<br />

para a Argentina e Brasil cerca de 360<br />

milhões de USD e importaram 664 milhões de<br />

USD, situando, portanto, o volume total um pouco<br />

acima do um bilhão de USD, percentualmente<br />

diminuto em relação ao comércio exterior<br />

global dos quatro países, com uma relativa<br />

exceção das importações angolanas.<br />

Em 2001, considerando apenas o comércio<br />

entre o Brasil e os dois africanos, verifica-se<br />

que ultrapassa os totais do ano precedente em<br />

relação aos quatro.<br />

No curto prazo, em virtude das incertezas da<br />

conjuntura na Argentina, serão as relações entre<br />

esses três países que vão demonstrar o potencial<br />

de troca no Atlântico Sul. A conclusão, mesmo<br />

parcial, do Acordo iniciado em Florianópolis<br />

e a evolução da linha de crédito Brasil-Angola<br />

constituem os grandes instrumentos.<br />

Mas, além das trocas comerciais, um outro<br />

aspecto do relacionamento ganha mais dimensão<br />

e revela potencial prático, dada a semelhança<br />

de interesses: a articulação de posições<br />

sobre as negociações econômicas no quadro da<br />

Organização Mundial do Comércio (OMC).<br />

210 Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. <strong>19</strong>, p. 205-212, jan./jun., 2003

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